"Não queremos, porém, irmãos,
que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes
como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e
ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que
dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos,
os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que
dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do
arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos
arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos
ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos
outros com estas palavras" (1 Ts 4.13-18).
Primeira
certeza: os mortos não estão mortos
"Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim
também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem"
(v.14). Esta
certeza consiste em três partes:
a) No Novo Testamento, a ressurreição se refere principalmente
ao corpo
O "dormir" dos crentes ou a expressão "os que
dormem" dizem respeito aos corpos dos cristãos (At 13.36-37; Rm
8.10-11,23; 1 Co 15.35-46). A Bíblia não ensina o "sono" da alma! Por
exemplo, o homem rico e Lázaro, depois que morreram, estavam respectivamente no
reino dos mortos (hades) e no paraíso, mas absolutamente conscientes (Lc
16.19-31).
O corpo, que deixamos por ocasião da morte, "dorme";
mas o espírito do crente – sua personalidade, seu ser, sua consciência –
encontra-se com Cristo a partir do momento da morte. O apóstolo Paulo estava
totalmente convicto dessa realidade, motivo porque escreveu: "...tendo o desejo de partir e
estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor" (Fp 1.23).
Quando os saduceus discutiram com Jesus acerca da ressurreição
dos mortos, Ele lhes disse: "E,
quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou (Êx 3.6): Eu sou o Deus de
Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ele não é Deus de mortos, e sim de
vivos" (Mt 22.31-32).
O Senhor Jesus Cristo diz: "Eu
sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o
que vive e crê em mim não morrerá, eternamente..." (Jo 11.25-26). Em João 8.51 Ele também acentua: "...se alguém guardar a minha
palavra, não verá a morte, eternamente." Se bem que o corpo adormece, o
espírito daquele que crê em Jesus continua vivendo.
Em 2 Coríntios 5.8 está escrito que "deixar o corpo"
significa ao mesmo tempo "habitar com o Senhor". Em outras palavras:
assim que deixamos o corpo estamos com Cristo.
Romanos 8.10 se refere a uma verdade espiritual que já
aconteceu, mas por outro lado essa verdade também se aplica ao futuro após a
morte: "Se, porém, Cristo
está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o
espírito é vida, por causa da justiça."
Em 1 Tessalonicenses 4.16 lemos acerca dos "mortos em Cristo". Uma vez que Jesus
ressuscitou e vive, também vivem todos os que dormiram nEle. Espiritualmente
eles estão em Cristo e vivem com Cristo ("Pois
a nossa pátria está nos céus" – (Fp 3.20), fisicamente eles serão ressuscitados.
b) A esperança de estar com Cristo
Mas a realidade é ainda mais maravilhosa, e isso também faz
parte da certeza da salvação e do arrebatamento. Como cristãos, não dizemos por
acaso: "O Senhor levou tal irmão ou tal irmã". Realmente é verdade
que um cristão é buscado por Jesus, enquanto um não-crente é levado pela morte.
A Igreja de Jesus não verá a morte: "Não
queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem,
para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança" (1 Ts
4.13). Os outros estão fora
(v.12), não estão em Cristo!
O versículo 14 trata dos que dormem em Jesus: "Pois, se cremos que Jesus
morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua
companhia, os que dormem." Isso
fica mais claro na Edição Revista e Corrigida: "Porque, se cremos que Jesus
morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a
trazer com ele". Os cristãos que morreram foram postos para dormir por
Jesus, assim como uma mãe ou um pai põem seus filhos para dormir à noite. Isso
significa na prática: quando um crente morre, ele é buscado por Jesus, e assim não
verá a morte. Estou convicto de que o Senhor está presente na morte de cada um
de Seus filhos, para levá-los para junto de Si.
c) A garantia de que os mortos virão com Cristo
A promessa de que Deus, "mediante
Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem" é uma afirmação revolucionária. É
importante observar que não está escrito: "trará para Ele", mas "trará, em sua companhia", ou
seja, "trará com Ele". O próprio Senhor comunica ao apóstolo – e
assim a toda a Igreja – que os mortos em Cristo não serão prejudicados de modo
algum, mas que até terão a primazia.
Quando voltar, Jesus trará consigo os que morreram nEle, pois
eles já estão com Ele (1 Ts 4.14-15), e ressuscitará seus corpos mortos em
primeiro lugar (v.16). Somente depois disso acontecerá a transformação dos
crentes ainda vivos, e então eles serão arrebatados juntos ao encontro do
Senhor (v.17).
Examinemos o versículo 14 em duas outras versões:
"Visto que nós cremos que Jesus morreu e depois voltou à
vida, podemos também crer que, quando Jesus voltar, Deus trará de volta com Ele
todos os cristãos que já morreram" (A Bíblia Viva).
"Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim
também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele" (Edição
Revista e Corrigida).
Portanto, isso significa simplesmente que os trazidos com Jesus
em Sua vinda são os espíritos sem corpo dos que morreram em Cristo. Primeiro,
seus corpos serão ressuscitados e juntados aos espíritos. Depois os crentes
vivos serão transformados e toda a Igreja será levada para o céu com Jesus.
O fundamento dessa
esperança de ressurreição foi criado exclusivamente por Jesus através da Sua
morte e ressurreição. Disso consiste a força e o poder da ressurreição. Agora,
o que importa é se cremos na Sua morte e ressurreição (v.14). Certa vez Jesus
perguntou aos Seus discípulos: "Quem
dizeis (ou crêdes) que eu sou?" (Mt
16.15). Então Pedro deu a
única resposta certa: "Tu
és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (v.16). Na sua opinião, quem é Jesus?
Segunda
certeza: o Senhor voltará pessoalmente
"Porquanto o Senhor mesmo... descerá dos céus..."(1 Ts
4.16). A
ressurreição/o arrebatamento será o momento em que o Senhor Jesus deixará Seu
trono no céu e virá pessoalmente ao encontro da Sua Igreja a fim de levá-la
para a casa do Pai. Assim como um noivo vai ao encontro da sua noiva, o
Salvador virá ao encontro dos que comprou pelo Seu sangue e os conduzirá para
Sua glória.
O Senhor não enviará um anjo ou qualquer outro emissário para
fazer isso, Ele virá pessoalmente. Então se cumprirá literalmente a promessa de
João 14.3: "E, quando eu
for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que
onde eu estou, estejais vós também." Assim
como Ele em pessoa nos salvou e morreu na cruz por nós, assim como Ele mesmo
foi preparar-nos lugar – Ele voltará pessoalmente para buscar-nos para Si, para
que estejamos onde Ele está. Em inúmeras passagens do Novo Testamento somos
conclamados a esperar a volta de Jesus a qualquer momento (por exemplo, em 1 Co
11.26; 1 Ts 1.10; Hb 10.37).
Terceira
certeza: a palavra de ordem
"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem,
ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os
mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Ts 4.16). A Edição Revista e Corrigida diz: "Porque o mesmo Senhor descerá
do céu com alarido e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que
morreram em Cristo ressuscitarão primeiro". Segundo meu entendimento, o próprio
Senhor dará esta palavra de ordem, pois Ele é o Soberano a quem todos os
exércitos celestiais obedecem. Isso é indicado nas seguintes passagens:
"Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já
chegou, em que todos os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a
ouvirem viverão" (Jo 5.25). Jesus,
o Bom Pastor, também disse:"As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as
conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e
ninguém as arrebatará da minha mão" (Jo 10.27-28). Você já é uma ovelha do rebanho de
Jesus? A resposta a essa pergunta tem importância decisiva em relação à
eternidade. Você já tem um relacionamento pessoal com Jesus, por tê-lO recebido
em sua vida (Jo 1.12)? Você pode dizer com certeza que é um filho de Deus? Se
não o pode, pedimos que você dê esse passo decisivo ainda hoje!
• Quando o Senhor Jesus ressuscitou a Lázaro, lemos que Ele
clamou dando uma ordem: "...(Jesus)clamou
em alta voz: Lázaro, vem para fora!" (Jo 11.43). Devemos imaginar o seguinte: no
decorrer dos tempos, milhões de pessoas crentes no Senhor Jesus dormiram, ou
seja, faleceram. Aí chega a hora do arrebatamento. O Senhor se levanta do Seu
trono e clama: "Vem para fora!" Então as sepulturas se abrirão, e
nenhum dos que foram comprados pelo Seu sangue ficará para trás. Não importa se
seus corpos foram queimados, se morreram contaminados por radiação nuclear ou
se estão nas profundezas dos mares – Ele é o Criador, Ele os ressuscitará e os
conduzirá ao encontro de seus espíritos/almas.
• No Salmo 33.9 está escrito acerca dEle, o Filho do Altíssimo: "Pois ele falou, e tudo se
fez; ele ordenou, e tudo passou a existir" (compare também Is 55.4).
Essa "palavra de ordem" do Senhor vem da linguagem
militar. Ela é semelhante à voz de comando de um general que chama suas tropas
para o combate. Por ocasião do arrebatamento, o General celestial dará ordem às
tropas que lutam por Ele, que deveriam estar revestidas de toda a armadura
espiritual (Ef 6.11ss), para que deixem o campo de batalha sobre a terra e
venham com Ele para a Sua glória.
Quarta
certeza: a voz do arcanjo
"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem,
ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os
mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Ts 4.16). A designação "arcanjo" se aplica
a apenas um anjo na Bíblia, isto é, a Miguel: "Contudo,
o arcanjo Miguel..." (Jd 9). Miguel
significa "Quem é como Deus?" Este anjo é um dos mais importantes em
hierarquia (Dn 10.13).
No tempo de Daniel, Miguel lutou contra um príncipe dos demônios
no mundo celestial e veio ajudar Gabriel, para que este pudesse confirmar a
Daniel que suas orações haviam sido atendidas (Dn 10.12-14 e 21). Anteriormente
este arcanjo também lutou com Satanás pelo corpo de Moisés:"Contudo, o
arcanjo Miguel, quando contendia com o Diabo e disputava a respeito do corpo de
Moisés, não se atreveu a proferir juízo difamatório contra ele; pelo contrário,
disse: O Senhor te repreenda!" (Jd 9). No final, Miguel e seus exércitos de
anjos lutarão contra os exércitos de demônios de Satanás, os vencerão e
lançarão sobre a terra para que não tenham mais acesso ao céu (Ap 12.7-9).
Por que se ouvirá a voz do arcanjo Miguel no momento do
arrebatamento? Por que e para que ele levantará a sua voz – após a palavra de
ordem do Senhor para o arrebatamento? A chave ou a resposta para isso está nas
significativas palavras do arcanjo Gabriel ao judeu Daniel: "Mas eu te declararei o que
está expresso na escritura da verdade; e ninguém há que esteja ao meu lado
contra aqueles, a não ser Miguel, vosso
príncipe" (Dn 10.21). Este arcanjo intervém de modo especial
em favor do povo de Israel: "Nesse
tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu
povo..." (Dn 12.1).
Devemos lembrar que no momento em que o Senhor Jesus Cristo der
a ordem para a ressurreição e para o arrebatamento da Sua Igreja, a dispensação
da graça terminará. Então o "corpo de Cristo" estará completo, então
o Pentecoste em sentido inverso (a retirada do Espírito Santo) acontecerá e a
Igreja será levada para o céu.
Depois disso será restabelecida novamente uma espécie de
"situação do Antigo Testamento" – a conexão entre a 69ª e a 70ª
semana de anos de Daniel. Lembremo-nos apenas do quinto selo e daqueles na
Grande Tribulação "...que
tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que
sustentavam. Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor,
santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre
a terra?" (Ap 6.9-10). Conforme
meu entendimento, estes não pertencem à Igreja, pois verdadeiros discípulos de
Jesus não pedem vingança. Pelo contrário. Ao morrer apedrejado pelos fariseus e
escribas, Estevão clamou: ‘Senhor
Jesus, recebe o meu espírito! Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz:Senhor,
não lhes imputes este pecado! Com
estas palavras, adormeceu" (At 7.59-60). Quanto às condições típicas do Antigo
Testamento durante a Grande Tribulação, lembremos também das duas testemunhas,
que farão milagres, ferirão a terra com toda sorte de flagelos e farão sair
fogo das suas bocas para devorar os inimigos (Ap 11.3-6; compare também Lc
9.54-55).
A Igreja de Jesus era um mistério, ela foi inserida por Deus
entre a 69ª e a 70ª semana de anos de Daniel. Depois que ela for arrebatada,
começará a 70ª semana de anos (ligada à 69ª semana) de Daniel 9. Enquanto a
Igreja estiver na casa do Pai celestial, o mundo e Israel entrarão na Grande
Tribulação. Assim, o povo judeu passará outra vez inteiramente para o centro da
ação de Deus. Por isso o príncipe angélico de Israel entrará novamente em ação
(como no caso de Daniel), e levantará a sua voz. Para quê? Em favor do povo de
Israel: "Nesse tempo, se
levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e
haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele
tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado
inscrito no livro" (Dn 12.1). "Naquele
tempo" significa: quando
a Igreja tiver sido arrebatada, o anticristo tiver aparecido e a Grande
Tribulação tiver começado, o arcanjo Miguel intervirá em favor do povo de
Israel, pois então começará a salvação do remanescente de Israel: "Muitos dos que dormem no pó
da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror
eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento;
e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente.
Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao tempo do fim;
muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará... Muitos serão purificados,
embranquecidos e provados; mas os perversos procederão perversamente, e nenhum
deles entenderá, mas os sábios entenderão" (Dn 12.2-4 e 10). A voz do arcanjo em geral também é
entendida como uma chamada coletiva de reunião e recolhimento dos santos do
Antigo Testamento.
Atualmente muitos israelitas já chegaram ao conhecimento mais
elevado que existe: eles creram em Jesus Cristo, o seu Messias! E o próprio
Senhor acrescenta sempre mais judeus à Sua Igreja, como se conclui pelo
seguinte relato:
(...) Cinco pessoas foram batizadas
em outubro. Shalom e Ora, um jovem casal israelense, e duas filhas
converteram-se através de sua vizinha, que freqüenta regularmente a igreja.
"É algo especial", escreve John Pex, "quando jovens judeus
reconhecem o seu Messias – principalmente quando um casal se converte e é
batizado".
(...) A loja da Sociedade Bíblica em
Tel Aviv está muito bem localizada e é visitada por muitos israelenses. Andy
Ball, seu diretor, relata o exemplo de uma mulher ortodoxa que comprou um Novo
Testamento na loja: ela queria conhecer a fé cristã em primeira mão. Uma
funcionária do governo queria um Antigo Testamento em árabe para outra pessoa e
nessa oportunidade comprou um Novo Testamento para si própria. A loja bíblica
também abastece outras casas de comércio, universidades e hotéis com Novos
Testamentos, livros e artigos cristãos... (Amzi 3/98)
Ao profeta Daniel foi ordenado: "Tu, porém, Daniel, encerra as
palavras e sela o livro, até ao tempo do fim; muitos o esquadrinharão, e o
saber se multiplicará." Que
tipo de saber se multiplicará? Resposta: cada vez mais judeus reconhecerão que
Jesus é o Messias. Já observamos o início disso hoje em dia. O número de
membros das igreja judaico-messiânicas multiplicou-se por 10 nos últimos 30
anos!
Mas, voltando à voz do arcanjo: podemos imaginar que Miguel
acompanhará o Senhor quando Ele vier buscar a Sua Igreja. A Bíblia Viva diz: "Pois o próprio Senhor descerá
do céu com um potente clamor,com o
vibrante brado do arcanjo e com o vigoroso toque de trombeta de Deus" (1
Ts 4.16).Evidentemente o Senhor não teria necessidade desse acompanhamento,
mas parece que o arcanjo Miguel é o guerreiro que atua nos ares contra Satanás
(Daniel 10), e como Israel terá entrado em cena novamente, o arcanjo intervirá
lutando em favor do povo da aliança de Deus.
O arrebatamento da Igreja de Jesus (toda pessoa salva, seja
judeu ou gentio, será retirada da terra) provocará um golpe repentino,
dramático e inimaginável na história da humanidade que ficará para trás. Esse
acontecimento revolucionário desencadeará uma série de outros acontecimentos
subseqüentes. Queremos destacar um deles:
Em Israel irromperá um avivamento
Romanos 11.25 diz de maneira bem clara: "Porque não quero, irmãos, que
ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio
endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios (na Igreja de Jesus)." Quando a plenitude dos gentios (das
nações) tiver entrado no "corpo de Cristo", ele será levado para o
céu. Aí terminará o endurecimento de Israel, sua cegueira acabará.
Então muitos judeus chegarão ao saber de Daniel 12.4, entendendo
que o Senhor Jesus é o seu Messias. É muito provável que nos dias após o
arrebatamento milhares e milhares de judeus se converterão a Jesus, à
semelhança do que aconteceu no começo da Igreja no livro de Atos. Então brotará
e nascerá a semente do Evangelho espalhada oralmente e de forma impressa pelos
judeus messiânicos, que nesse tempo também terão sido arrebatados. Os que
ficarem para trás, familiares, amigos, colegas, etc., procurarão Bíblias,
livros e outras publicações cristãs deixadas pelos arrebatados. Eles se
lembrarão daquilo que leram e ouviram, de comentários bíblicos e pregações
sobre a esperança pelo Messias. Essa esperança já germina atualmente no coração
de muitos judeus.
Depois do arrebatamento aparecerão também os 144.000 selados de
Israel (Ap 7.4-8) e as duas testemunhas (Ap 11.3ss). Cada vez mais judeus se
converterão e levarão o Evangelho ao seu próprio povo e aos gentios. Nisto os
judeus terão uma grande vantagem, pelo fato de terem sido espalhados por todo o
mundo e dominarem muitas línguas diferentes.
Mas, para sermos exatos, devemos dizer também que nem todos os
judeus se converterão. Muitos, especialmente os ligados ao governo, farão a
aliança com o anticristo, isto é, com o líder romano [europeu] (Dn 9.26-27; Ap
13.1; Is 28.14-16). Quando fala desse tempo, também Daniel diz que muitos serão
purificados (converter-se-ão), mas muitos permanecerão ímpios; que muitos
entenderão, mas muitos outros não entenderão (Dn 12.10). Apenas um remanescente
será salvo, como se vê claramente em outras passagens das Escrituras (por
exemplo, em Rm 9.27; Ez 20.33-38). Mas atrás de todo esse remanescente crente
se colocará o arcanjo Miguel como príncipe de Israel. No arrebatamento ele
levantará a sua voz, porque terá chegado sua hora para agir em favor do
remanescente de Israel.
Como vimos, em nossos dias muitos israelitas estão crendo no seu
Messias, em Jesus Cristo. Será que o Senhor está preparando o Seu povo para o
arrebatamento e a Grande Tribulação? Será que Ele o faz porque a hora já está
muito adiantada?
Quinta
certeza: a trombeta de Deus
"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem,
ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os
mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Ts 4.16). A trombeta de Deus aqui mencionada é a
mesma de 1 Coríntios 15.52: "...num
momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta
soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados." Esta
trombeta de Deus chamará todos os santos de todos os tempos para a casa do Pai.
Por que ela é chamada de "última trombeta"? Porque
então a dispensação da graça chegará ao fim. A dispensação da anunciação do Evangelho
da graça começou com uma "trombeta" e terminará com uma trombeta. Por
que ela começou com uma "trombeta"? Porque podemos dizer que a
pregação do Evangelho "repercutiu", "ressoou" ou foi
"trombeteada". Por exemplo, a frase: "Porque de vós repercutiu a
palavra do Senhor..." (1 Ts 1.8), significa
literalmente: "porque vocês trombetearam a palavra do Senhor". Em
Romanos 10.18 está escrito: "Mas
pergunto: Porventura, não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra se fez
ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo."
A trombeta do Evangelho conclamando para a salvação em Jesus
Cristo ressoou por quase dois mil anos. Em breve se ouvirá a última trombeta, o
Evangelho deixará de ser pregado, a dispensação da graça chegará ao fim e a
Igreja estará concluída, a sua plenitude terá sido alcançada. A Igreja será
chamada para subir à casa do Pai.
Em que será que pensaram os tessalonicences, que em grande parte
eram judeus, quando Paulo escreveu sobre a trombeta? O Apocalipse ainda não
existia, portanto eles ainda não sabiam nada sobre as sete trombetas de juízo
ali descritas. Por isso, certamente eles pensaram na trombeta da salvação de
Números 10.2-10. Nesse trecho do Antigo Testamento são mencionadas duas
trombetas que eram tocadas em certas ocasiões. A ordem de Deus dizia: "Faze duas trombetas de prata;
de obra batida as farás; servir-te-ão para convocares a congregação e para a
partida dos arraiais" (Nm 10.2). Por
um lado, portanto, estas trombetas de prata eram tocadas para convocar, chamar,
juntar e reunir, e por outro lado para levantar acampamento e partir. Isso não
tem sentido profético? Convocação (chamamento) = pregação do Evangelho para vir
a Jesus ("muitos são chamados..."), até que a plenitude
estiver reunida. Partida = ressurreição/arrebatamento para a casa do Pai.
É interessante verificar que essas trombetas deviam ser
confeccionadas de prata. Que prata era usada para essa finalidade? O siclo de
prata do resgate [salvação] (Êx 30.12-13). Esses siclos eram dados como
pagamento de resgate pela vida dos israelitas, para que não houvesse entre eles
nenhuma praga. Isso também nos faz lembrar das 30 moedas de prata que foram
pagas pela prisão do Senhor Jesus, que obteve a nossa salvação na cruz.
As diferentes maneiras de tocar as trombetas significavam, entre
outras coisas, o seguinte:
a) Quando as duas trombetas eram tocadas de maneira normal, isso
servia para o chamamento e ajuntamento de toda a congregação na porta da tenda
da congregação (Nm 10.3) = um chamamento para salvação.
b) Quando as trombetas eram tocadas a rebate,
fortemente, como "sinal de alarme", isso indicava a ordem para
partir. O último toque da trombeta era o sinal para juntar os pertences e
partir = uma maravilhosa ilustração do arrebatamento.
Agora ainda ressoa a trombeta do Evangelho para chamamento e
ajuntamento. Mas quando for tocada a última trombeta de Deus como "sinal
de alarme" para o arrebatamento, ao mesmo tempo isto será um sinal para o
ajuntamento de Israel, porque então terá chegado o tempo do seu salvamento. É o
que se conclui de Números 10.9: "Quando,
na vossa terra, sairdes a pelejar contra os opressores que vos apertam, também
tocareis as trombetas a rebate, e perante o SENHOR, vosso Deus, haverá
lembrança de vós, e sereis salvos de vossos inimigos."
Depois do arrebatamento virá o opressor, o anticristo, mas o
Senhor se lembrará de Israel e no final salvará o Seu povo. Isaías 27.12-13
anuncia isso de maneira muito bonita: "Naquele
dia, em que o SENHOR debulhará o seu cereal desde o Eufrates até ao ribeiro do
Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um. Naquele dia, se
tocará uma grande trombeta, e os que andavam perdidos pela terra da Assíria e
os que forem desterrados para a terra do Egito tornarão a vir e adorarão ao
SENHOR no monte santo de Jerusalém."
Pelos motivos já mencionados e os que vamos acrescentar, a
trombeta de Deus para o arrebatamento, segundo o meu entendimento, não equivale
às sete trombetas do Apocalipse (capítulos 8-11).
• A trombeta de Deus para o arrebatamento anuncia a conclusão da
era da graça. Trata-se da trombeta da salvação. No seu som temos a salvação, o
perdão e a vitória do Evangelho. Ela ressoa principalmente para a Igreja, mas
também para Israel, no sentido de que então o remanescente será reunido.
• As trombetas tocadas pelos anjos em Apocalipse, entretanto,
são todas trombetas de juízo sobre o mundo das nações que rejeitou a Cristo.
Além disso, os vinte e quatro anciãos (a Igreja, veja Ap 4.9-11) já se
encontram no céu por ocasião da sétima trombeta e anunciam a volta de Jesus e
Seu reino (Ap 11.15-17ss).
• É muito interessante observar que outras traduções de 1
Tesalonisences 4.16, por exemplo a Edição Corrigida e Revisada, dizem: "...Porque o mesmo Senhor
descerá do céu... com a trombeta de Deus...". Isto
quer dizer que o próprio Senhor – como Sumo Sacerdote da Sua Igreja – tocará a
trombeta, porque ela estará na Sua mão. Ele mesmo chamará os Seus para casa.
Ele mesmo dará a ordem e o sinal para a retirada da Sua Igreja. Segundo o meu
entendimento, isso também é o mais provável, pois a trombeta é chamada de
"trombeta de Deus", e Jesus Cristo é Deus (Tt 2.13; 1 Jo 5.20). Por
que não seria o Salvador que haveria de chamar os Seus salvos? Aliás, no Antigo
Testamento apenas os sacerdotes podiam tocar as trombetas. E Jesus é o Sumo
Sacerdote, não um anjo qualquer. As sete trombetas de juízo (Ap 8.6-9,12;
11.15) são empunhadas e tocadas por anjos. Por isso, deve haver uma diferença
entre a trombeta do arrebatamento e as sete trombetas de juízo.
Sexta
certeza: ressurreição e arrebatamento
"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem,
ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os
mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que
ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o
encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor"
(1 Ts 4.16-17). Não se
trata aqui de uma ressurreição geral. Somente os mortos em Cristo e os vivos em Cristo serão ressuscitados ou
transformados. Todos os demais mortos permanecerão nas suas sepulturas até o
dia do juízo final. O que é descrito aqui é uma ressurreição seletiva dentre os
mortos e realmente diz respeito somente àqueles que estão em Cristo.
Em João 5.28-29 o Senhor mencionou duas diferentes
ressurreições: "Não vos
maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos
ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da
vida; os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo." E quando Jesus desceu do monte com
Seus discípulos depois da Sua transfiguração, Ele lhes disse algo que muito os
admirou e que até então eles ainda não tinham ouvido. Trata-se de uma expressão
totalmente nova em relação ao arrebatamento: "Ao
descerem do monte, ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que tinham
visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos. Eles guardaram a
recomendação, perguntando uns aos outros que seria o ressuscitar dentre os mortos?" (Mc 9.9-10).
Jesus foi o primeiro que ressuscitou dentre os mortos (At 26.23; Cl 1.18; 1 Co
15.20). Também 1 Coríntios 15.23 fala disso: "Cada
um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de
Cristo, na sua vinda." Esta
afirmação, em conexão com 1 Tessalonicences 4.16, explica que todos os que
estão em Cristo ressuscitarão dentre os mortos. Esta é a chamada
"primeira ressurreição" (Ap 20.5-6). As outras pessoas, as que não
estavam em Jesus, que não pertenciam a Ele pela fé salvadora e, assim, não
tinham um relacionamento pessoal com Ele, serão ressuscitadas mil anos mais
tarde e então irão para o inferno (Ap 20.11-15).
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