31/07/2014

Tipos de de obreiros na seara contemporânea

Conheça as principais características dos obreiros da igreja contemporânea

Jesus destacou a importância de se ter obreiros dedicados para a expansão do Reino de Deus na Terra. Isso porque o ministério é indispensável para a obra de Deus.
Em Lucas 10.2, lemos as seguintes palavras de Jesus aos setenta, aos quais enviou de dois em dois a todas as cidades e lugares aonde havia de ir: “Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros a sua seara”. A Igreja precisa de bons obreiros.

PRIMÓRDIOS DO MINISTÉRIO

Os primórdios do ministério na Bíblia estão em Gênesis. O Livro dos Começos nos mostra que, nas primeiras famílias, os pais tementes a Deus eram os sacerdotes da família. Há muitos exemplos que apontam para isso.
Abel apresentou uma oferta (de animais) ao Senhor (Gn 4.4 e Hb 11.4). As Escrituras nos dizem que com Sete se começou a invocar o nome do Senhor (Gn 4.26). Noé edificou um altar e ofereceu holocaustos ao Senhor (Gn 8.20). Esta é a primeira menção de altar na Bíblia.
Melquisedeque era sacerdote do “Deus Altíssimo” (Gn 14.18 e Hb 7.1). Abraão edificou altares ao Senhor em Siquém, Betel e Hebrom (Gn 12.6-8; 13.4,18). Isaque fez a pergunta: “Onde está o cordeiro para o holocausto?”, Gn 22.7. Isso mostra que ele estava habituado a ver seu pai Abraão oferecer sacrifícios ao Senhor (Gn 22.13). O próprio Isaque edificou um altar ao Senhor (Gn 26.25).
Jacó também edificou um altar ao Senhor (Gn 33.20; 35.1,3,7). Jó, contemporâneo dos patriarcas, oferecia holocaustos ao Senhor. Isso implica altar (Jó 1.5).
Mais à frente, vemos Israel, como nação, sendo colocada por Deus como “um reino sacerdotal” (Ex 19.6; 2Pe 2.9 e Ap 1.6). Em Êxodo 19.22,24 e 24.5, vemos o sacerdócio mosaico. Já em Levítico 3.6 e Números 18.2, vê-se a instituição do sacerdócio levítico. Os textos de Êxodo 28.1 e Números 18.1 falam justamente de Arão e seus filhos, que eram da casa de Coate e serviriam no sacerdócio. Os filhos de Arão eram Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.
Na igreja atual, de forma geral, há quatro tipos de obreiros na Seara: o bom obreiro, o mau obreiro, o falso obreiro e o ex-obreiro.

O BOM OBREIRO

O bom obreiro tem suas características destacadas nas Sagradas Escrituras. Em 1 Timóteo 4.6, Paulo fala ao jovem obreiro Timóteo a ser fiel e diligente no ministério, pois, assim, ele seria “um bom ministro de Jesus Cristo”.
Em Mateus 25.21,23, na parábola dos dez talentos, Jesus fala que os servos que investiram nos talentos que lhes foram deixados para administrar receberam de seu senhor o reconhecimento como servos bons e fiéis: “E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”.
“Bom”, segundo os textos bíblicos de Timóteo e Mateus, é ser sadio na fé, no viver e na doutrina bíblica; equilibrado em tudo; capaz; aprovado (2Tm 2.15); limpo quanto ao bom combate espiritual (2Tm 4.8); e duradouro quanto ao seu trabalho e aos frutos de seu trabalho.
Os sinais de um bom obreiro são nítidos. Ele é fiel, leal a toda prova e humilde. O humilde aprende mais, resiste mais, aparece pouco, mas faz muito. Um exemplo disso está em Lucas, em Atos dos Apóstolos; Aristarco (Cl 4.10) e Epafras (Fm 23).
Outros sinais são a sua espiritualidade e consagração. Ele também é dócil. É fácil de se lidar com ele. Em outras palavras, ele é exatamente o oposto do obreiro “difícil”.
O obreiro difícil é aquele complicado para dialogar e tratar de assuntos da obra e das ovelhas. E difícil pô-lo em movimento, fazê-lo funcionar. Ele é difícil de participar, comparecer e cooperar, e costuma ser evitado. Um obreiro que teve má formação ministerial pode ficar estragado pelo resto da vida se não acordar para a realidade dos fatos.
O bom obreiro é diligente, esforçado. As vezes até exagera no trabalho do Senhor. Temos o exemplo de Epafrodito (Fp 2.25-30). Ele também é discreto e controla seus impulsos e sua língua ao falar. Apóstolo Paulo é um exemplo, como podemos ver no texto em que fala de suas “visões e revelações do Senhor” (2Co 12.1) e de seu “espinho na carne” (2Co 12.7). Outro exemplo do modo como ele sabia controlar seus impulsos está no comentário a respeito de Demas, seu obreiro auxiliar: “Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica”, 2Tm 4.10. Nada mais Paulo quis falar sobre Demas.
Outro sinal marcante de um bom obreiro é a sociabilidade. Ele é sociável com os seus pares de ministério, a sua congregação e a família. Imagine um obreiro que ninguém o quer por ser antissocial. E inadmissível.

EXEMPLOS DE BONS OBREIROS

A Bíblia está repleta de exemplos de bons obreiros. Zadoque, o sacerdote, descendente de Arão por seu filho Eleazar, é um deles (1Cr 24.3). Ele foi fiel e leal a Davi em todo o seu reinado, do princípio ao fim (1Cr 12.23,28; 2Sm 19.11; 20.25; 1Rs 1.8; 2.25). Abiatar, outro sacerdote descendente de Arão, por seu filho Itamar, e contemporâneo de Zadoque, não teve o mesmo procedimento. A Bíblia nos diz que ele não foi fiel a Davi até o fim. Falaremos dele ao discorrermos sobre o mau obreiro.
Itaí, o giteu (2Sm 15.17-22; 18.2), é outro grande exemplo, ao lado de Husai, o arquita. Itaí era estrangeiro, de um país inimigo, mas foi fiel. Husai, o arquita (2Sm 16.6; 17.15-22), era um efraimita (Js 16.2).
Podemos destacar, já no Novo Testamento, bons obreiros como Demétrio (3Jo 12) e Barnabé (At 11.22-24). Diz as Sagradas Escrituras que Barnabé “era um homem bom” (At 11.24, versão Almeida Revista e Atualizada). Temos ainda os obreiros que trabalharam com Paulo e que são citados nominalmente por ele (Cl 4.7-14).

O MAU OBREIRO

“Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão!”, Fp 3.2.
“Respondendo-lhe, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo”, Mt 25.26.
“Então, o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?”, Mt 18.32-33.
“Não terão conhecimento os obreiros da iniquidade, que comem o meu povo como se comessem pão? Eles não invocam ao Senhor”, Sl 14.4.
Os textos acima deixam claro que obreiro de má qualidade é aquele que é infiel e não procura melhorar. Mas como um bom obreiro torna-se mau ou ruim?
O bom obreiro costuma tornar-se mau aos poucos. Temos os exemplos bíblicos de Judas Iscariotes, discípulo de Jesus; Geazi, servo do profeta Eliseu; e Pernas, cooperador do apóstolo Paulo. A mudança é fruto dos maus costumes e maus hábitos que o obreiro trouxe do passado, ou os adquiriu depois, e não largou.
Outra coisa que pode afetar um bom obreiro, tornando-o ruim é o desconhecimento do seu temperamento e o agir segundo este (Pv 16.32; 23.12; 25.28). Há também o caso de bons obreiros que se tornam maus por copiarem maus exemplos dos outros e de fora ou por ter má formação ministerial (Lc 9.49-50).
Um obreiro estranho, misterioso, enigmático, isolado de todos, também tem tudo para se tornar um mau obreiro, bem como o obreiro sempre imaturo social, emocional e espiritualmente (Ec 10.16). Por último podemos citar como fator que pode provocar essa mudança negativa o obreiro receber poderes em demasia, como no caso de Joabe (2Sm 3.39; 16.10; 19.22).
Os sinais de um mau obreiro estão listados em Mateus 25.26, Jeremias 6.13 e 50.6, e Miquéias 3.9-11. Ele é parasita, indolente, ocioso, preguiçoso, desordenado na sua vida, na família e no seu trabalho; não tem ordem, é ambicioso por posição, cargo e credencial; é invejoso, mercenário e mercadeja os dons e as coisas de Deus. Neste caso, temos os exemplos de Balaão e Simão, o mago (At 8.18).
O mau obreiro também é liberal na doutrina bíblica, e nos bons e santos costumes da igreja, como o sacerdote Urias (2Rs 16) e as duplas Himeneu e Fileto, e Himeneu e Alexandre (2Tm 2.17,18 e 4.14,15). Aliás, muitos maus obreiros costumam agir em dupla.
O mau obreiro é briguento. Daí, passa a politiqueiro. É divisionista por rebeldia (1Rs 13.26) e reclamador crônico, diferente de Jesus, do qual é dito em Isaías 53.7 que “não abriu a sua boca”. Ele ainda procura ser “independente” e isolado. Geralmente, para ser insubmisso. É constantemente problemático. E um problema para si mesmo. Ele dá problema, gera e depois alimenta o problema. Em outras palavras, ele complica um problema já existente.
Ezequiel 34 diz que o mau obreiro larga as ovelhas e o seu campo. Ele tem mau caráter, e isso é altamente comprometedor. Quando ele dá fruto, este não vinga.

EXEMPLOS DE MAUS OBREIROS

Uma das duplas de maus obreiros célebres nas Escrituras é Nadabe e Abiú. Ela é conhecida como a dupla inovadora (Lv 10.1-10). Coré (Nm 16.13) foi insubmisso ante Moisés, o dirigente constituído por Deus. Aitofel, o gilonita, portanto de Judá (2Sm 15.12-13), era conselheiro pessoal de Davi, mas juntou-se a Absalão na revolta deste contra o rei, seu pai. Por isso, Aitofel é chamado por alguns “o Judas do Antigo Testamento”.
Geazi, o auxiliar do profeta Eliseu, que aparece em 2 Reis 4 em diante, era oportunista, mercenário e ganancioso. Diótrefes (3Jo 9-10) era indelicado, violento e perseguidor. Contrasta com isso a proverbial cortesia de Paulo, como podemos constatar na sua Epístola a Filemon. É como no Templo, onde havia pedras preparadas (1Rs 6.7), mas que não eram vistas (1Rs 6.18).
Abiatar, o sacerdote (2Sm 8.17), ajudou a conduzir a Arca do Senhor (1Cr 15.11), mas foi infiel no final do reino de Davi (1Rs 1.7; 2.27). Joabe, o grande general de Davi (2Sm 8.16), não foi fiel a Davi até o fim (1Rs 1.7; 2.28). Ele juntou-se a Adonias, o filho mais velho de Davi, no seu complô contra o pai.
Há muitas figuras de mau obreiro nas Escrituras. Simei é a do mau obreiro declarado (2Sm 16.5-9,13). Podemos ver também 2 Samuel 19.18-23 e 2 Reis 2. Ziba, no passado, fora servo do rei Saul (2Sm 9.2). Ele é figura do mau obreiro camuflado (2Sm 16.1-4; 19.16,17,25,26).
Aimaás, filho do sacerdote Zadoque, era muito apressado. Ele era também um grande corredor, mas não tinha mensagem para entregar, como podemos ver em 2 Samuel 18.19 em diante.

O FALSO OBREIRO

O pseudo obreiro é aquele que nunca foi obreiro de fato. O falso obreiro vê o ministério como uma carreira profissional, uma profissão. Um exemplo é o levita de Juízes 17.6-12 e 18.14.
Paulo escreveu sobre o falso obreiro em suas epístolas. “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo”, 2Co 11.13. “E isso por causa dos falsos irmãos que se tinham entremetido e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão”, Gl 2.4.
Na assembleia de Jerusalém, apóstolo Tiago falou acerca desses obreiros: “Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a vossa alma (não lhes tendo nós dado mandamento)”, At 15.24. João também se referiu a eles: “Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós”, 1Jo 2.19.
No Antigo Testamento, Moisés falou sobre o castigo dos falsos profetas, e descreveu estes como filhos de Belial: “...uns homens, filhos de Belial, saíram do meio de ti, que incitaram os moradores da cidade...”, Dt 13.13.

O EX-OBREIRO

Ex-obreiro, aqui, não se trata do obreiro jubilado, nem do obreiro licenciado temporariamente, nem do portador de doença crônica, etc. Trata-se do obreiro que renunciou e abandonou o seu ministério. É o obreiro que abdica de seu ministério.
Paulo, escrevendo em 1 Coríntios 9.27, fala de sua preocupação quanto à reprovação: “Para que eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado”. Demas é um exemplo de obreiro reprovado (2Tm 4.10). Em Filemom, versículo 24, Paulo o cita como um de seus cooperadores. Em Colossenses 4.14, mais uma vez vemos Paulo citando-o com apreço. Mas, em 2 Timóteo 4.10, o apóstolo nos conta o desvio de Demas: “Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica”.
Em Atos 1.25, lemos o relato dos apóstolos acerca de Judas, que também se encaixa nesse perfil. “Neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou”, diz o texto bíblico.
Jesus exortou seus discípulos, dizendo do perigo de “quem lança mão do arado, e olha para trás”: “Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus”, Lc 9.62. Paulo, escrevendo em 1 Timóteo 1.6, lembra que alguns obreiros não foram até o fim: “Do que desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas”. Ainda falando a Timóteo, Paulo deixa claro que, infelizmente, “alguns fizeram naufrágio na fé” (1Tm 1.19).
Certa vez, depois de um discurso considerado duro, o Mestre perguntou aos doze, os únicos que permaneceram após as suas palavras: “Quereis vós também retirar-vos?”. Ao que Simão Pedro respondeu: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6.67-68).

COMO O BOM OBREIRO PODE MELHORAR

Para que o bom obreiro possa continuar a melhorar no exercício de sua função na obra de Deus, ele terá que observar pelo menos alguns pontos considerados essenciais para sua formação.
Em primeiro lugar, o bom obreiro deve gostar de ler, e ler muito. E bom também que ele curse formalmente ou no mínimo que seja um bom autodidata. Ele deve ainda contatar e conviver com pessoas cultas, tanto na cultura bíblica como secular.
Em segundo lugar, deve o obreiro fazer uma constante auto-avaliação. O bom obreiro deve ter autocrítica. Para o nosso melhoramento como obreiros do Senhor, devemos analisar o nosso gráfico constantemente. Estamos subindo, conforme as palavras de Paulo em Filipenses 3.14? Estamos parados, conforme o servo mau e negligente da parábola do Mestre em Mateus 25.25? Ou estamos descendo, conforme a descrição dos sacerdotes inferiores aos levitas em 2 Crônicas 29.34?
Em terceiro lugar, o bom obreiro deve frequentar ambientes de culto. Em quarto lugar, ele deve ser humilde. O humilde aprende muito mais, e mais depressa. Em quinto, ele deve ser atento observador dos bons obreiros.
Em sexto lugar, o bom obreiro deve exercitar-se na prática do trabalho do Senhor. A experiência é um grande mestre. E em sétimo e último lugar, ele deve estudar a Palavra de Deus continuamente; e não apenas lê-la. “Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio que meus inimigos, pois estão sempre comigo”, Sl 119.98.

ENCERRAMOS AQUI A SÉRIE ESPECIAL DE ARTIGOS TEMÁTICOS SOBRE O MINISTÉRIO ECLESIÁSTICO. ESPERO TER CONTRIBUÍDO PAR AO CRESCIMENTO ESPIRITUAL DE TODOS VOCÊS.

30/07/2014

Parâmetros para medir o obreiro falso e o verdadeiro


lobo
Que parâmetros podemos usar para identificar os obreiros falsos dos verdadeiros na igreja brasileira e mundial?
Neste artigo faço um resumo de alguns pontos de meu próximo livro, Profetas e profecias: A que horas estamos no relógio de Deus?
Precisamos de parâmetros bíblicos e históricos para identificar e separar os pregadores falsos dos verdadeiros. Onde estão as diferenças? Não se pode dizer que um obreiro é verdadeiro porque realiza milagres. Porque existem milagreiros usados por Satanás em ação nos dias de hoje, que podem estar presentes no seio da igreja! Muitos dos que curaram e expulsaram demônios em Nome de Jesus foram desqualificados como falsos (Mt 7.15-23).
Então, que tal pensar assim: Quando pregadores e profetas vaticinam um acontecimento, um milagre, uma cura, são verdadeiros. Certo? Não, porque muitos profetas no passado que não profetizaram em nome do Deus de Israel vaticinaram acontecimentos que se cumpriram, e, nesse critério eram falsos por não profetizarem em nome de Jeová.
É possível identificar se os atuais pregadores e alguns que se intitulam profetas e apóstolos são falsos ou verdadeiros, analisando-os à luz das escrituras e da história.
Nas escrituras temos parâmetros que nos permitem identificar e separar os falsos dos verdadeiros. Explico. São muitos os textos bíblicos tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Comecemos pelos textos de Deuteronômio 13 e 18.
Deuteronômio 13 não trata especificamente de profetas falsos, como sugere o título que os revisores colocaram no início do capítulo, e sim de um profeta que anuncia um sinal ou um prodígio e o que ele anuncia se cumpre. “Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado…” (Dt 13.1-2). O texto está afirmando que o profeta anuncia um milagre ou um acontecimento e este se cumpre. Ora, segundo Deuteronômio 18.22 o profeta é falso quando o que ele fala não se cumpre! “Saiba que, quando esse profeta falar em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder como profetizou, esta é a palavra que o Senhor não disse…”.
1. Um pregador pode ser verdadeiro hoje e falso amanhã. O profeta é verdadeiro quando profetiza e tudo se cumpre. Certo? Sim, em parte. Porque o que ele fala pode se cumprir, mas, usar o seu dom para fins pessoais. Aí é falso, porque usa do cumprimento da profecia para chamar a atenção do povo para si mesmo, quando usa do milagre para desviar a atenção do povo para si mesmo ou para seus próprios interesses. No caso do texto de Deuteronômio 13 o profeta não é falso, mas torna-se falso quando usa dos dons de Deus para desviar as pessoas do propósito de Deus.
Portanto, atente para o estilo de vida do pregador ou profeta. Se este estiver usando dos milagres de Deus para enriquecimento pessoal, para adquirir fama e para criar seu próprio domínio territorial denominacional é falso! Porque as pessoas são alvos dos milagres, e passam a idolatrar o profeta e a contribuir para o enriquecimento de tal pessoa. Com base nisso é possível passar o prumo da palavra de Deus nos pregadores televisivos e nos apóstolos e profetas atuais.
Jesus destaca que o diferencial entre o falso e o verdadeiro não é a aparência ministerial (ilustrada na casa edificada sobre a rocha e a outra sobre a areia). As duas casas poderiam ser iguais, construídas pela mesma pessoa, mas uma tinha fundamento e a outra não. Ele trata disso também em Mateus ao falar dos que expulsam demônios, realizam curas em nome dele e, no entanto, são desqualificados no julgamento final.
Profetas bíblicos e não bíblicos anunciaram acontecimentos que se cumpriram.
Muitos profetas não bíblicos anunciaram fatos que aconteceram, existe, no entanto, um diferencial entre os profetas de Deus e dos demais profetas.
2. O verdadeiro profeta se preocupa com a justiça social e possui uma visão do propósito de Deus. Examine se o pregador ou profeta está adquirindo vantagens pessoais e não está distribuindo os recursos que angaria para ajudar os pobres e necessitados.
Os profetas e agoureiros do passado ocupavam-se maiormente em prever o destino das pessoas, sem se preocupar com a justiça social e com o bem-estar da população. Já os profetas de Deus não se ocupavam apenas em vaticinar o futuro, mas eram possuídos de uma paixão ardente pela vida de retidão, além de viverem reta e honestamente.
Balaão, profeta bíblico não era muito bom na prática da justiça, pois fazia previsões e usava de seu dom profético para obter benefícios pessoais – como certos pregadores de hoje que pregam a palavra para ganhar dinheiro – mas anunciou a vinda do Messias. Obviamente que este fato isolado não o coloca entre os profetas verdadeiros e incorre na condenação de Deuteronômio 13.
3. Os verdadeiros profetas possuíam uma visão salvadora e redentora da humanidade. Era isto o que os diferenciava dos demais profetas do passado, que viviam profetizando para satisfazer a vontade dos reis. Em resumo: os profetas que falaram em nome de Jeová preocupavam-se com a justiça social e sempre tinham uma palavra de esperança e uma mensagem redentora aos povos.
Esquilo, Sófocles e Eurípides eram apaixonados pela doutrina de Nêmesis e ensinavam o mesmo princípio bíblico de que Deus resiste aos soberbos, mas concede graça aos humildes. No entanto, sempre falavam de um destino terrível para todos os povos, sem nunca apresentar a solução de um Redentor como fizeram os profetas da Bíblia no Antigo Testamento.
Os profetas egípcios, chineses, caldeus, gregos e romanos do mundo antigo não falavam em nome de uma Entidade, de Um Eterno, como os profetas judeus, quem sabe guiados por espíritos de adivinhação.
Os antigos oráculos de outros povos também anunciavam a vinda de Cristo, mas não apontavam para a Redenção da humanidade. No reinado de Sésostro II (1906-1887 a.C.), um sacerdote de Heliópolis, no Egito, teve uma visão profética de alguém que será “o líder ideal, cujo advento ele aguarda, porque ele será o pastor de todos os homens, sem dolo algum em seu coração… onde ele está hoje?”.5 Milhares de anos antes de Cristo houve profecias de sua vinda por outros povos, falando de seus ensinamentos, da última ceia e da morte que haveria de lhe acontecer.
O profeta de Deus se diferenciava dos demais profetas porque possuía uma visão salvadora da humanidade, da justiça social e de um reino de glória.
Esclareceu-me este tema o livro Apologetics or Christianity Defensively Stated (Apologética e a Defesa Comprovada do Cristianismo) de A.B. Bruce, cuja terceira edição é de 1895 e que guardo como uma das relíquias da literatura cristã, pela preciosidade dos temas ali tratados. Para ser sincero usei as mesmas palavras dele como título do capítulo seis “otimismo profético”.
A.B. Bruce, exegeta que viveu no século XIX destaca que o profeta bíblico se diferencia dos demais pelo ardor de justiça e pela esperança que tem do futuro. As profecias bíblicas estão permeadas pelo espírito de otimismo, afirma o autor. A paixão por justiça e a esperança de novos dias fazem a diferença entre estes e os demais profetas.
Bruce destaca em seu livro a fonte das previsões dos profetas bíblicos. A esperança que tinham de dias melhores devia-se a fonte de suas previsões, pois enquanto os demais profetas recebem inspiração de fontes duvidosas, o profeta bíblico recebe diretamente da fonte que é Deus. A fonte das profecias não reside no temperamento do profeta nem na disposição mental que toma conta do profeta naquele dia, mas pela perspectiva que o profeta tem do horizonte que se estende diante dele. Quer dizer, o profeta bíblico não profetiza sob emoção ou conforme se sente espiritualmente naquele dia, mas porque tem uma visão do futuro glorioso de Deus na terra. Suas profecias são frutos da comunhão e intimidade com Deus e da visão que Deus lhes dá do futuro.
4. Os verdadeiros profetas e pregadores vivem uma vida de renúncia, e têm em mente o propósito eterno de Deus para com o homem e com o mundo. Quando profetizam não buscam alimentar nem favorecer suas próprias paixões, desejos e tentações.
A fonte verdadeira da palavra profética está na intimidade que o profeta tem com Deus, pois ao profetizar uma catástrofe ou um acontecimento trágico o caráter divino da graça de Deus tem preeminência nas profecias. Para os profetas bíblicos, Deus era mais que um governador moral, não apenas alguém que trabalhava a favor da retidão, mas Alguém que ajudava as pessoas a terem uma vida reta. A graça tem por finalidade a justiça divina.
5. O verdadeiro profeta é otimista em relação ao futuro, apesar da desgraça que se avizinha.
Os profetas bíblicos eram otimistas por pregarem a respeito de um Deus que não favorecia apenas os judeus, mas a toda humanidade. Diferentemente de muitos pregadores hoje que amam somente os judeus e a terra de Israel e desprezam os demais filhos de Abraão. Deus buscava a salvação de pessoas até os confins da terra. Assim, o otimismo profético residia na manifestação da graça de Deus a todos os povos e não apenas aos judeus.
Para os profetas pagãos a era de ouro ficou no passado, para os profetas hebreus a era de ouro está por vir. Assim, o profeta cria diferentemente dos poetas e filósofos pagãos, porque sempre tinha uma ótica da bondade e misericórdia de Deus.
Alguns profetas de hoje na igreja assemelham-se aos pagãos, pois não possuem esta perspectiva de um Deus de esperança, e anunciam o futuro pela maneira como vivem o presente.
O otimismo profético vai além das circunstâncias presentes, como no caso de Habacuque, que pergunta a Deus por que a violência continua, e Deus lhe responde que a violência aumentará. Deus não deu sequer uma pista de prosperidade ou de solução para o profeta, no entanto, o profeta no fim do capítulo três declara: “Ainda que as figueiras não produzam frutas, e as parreiras não dêem uvas; ainda que não haja azeitonas para apanhar nem trigo para colher; ainda que não haja mais ovelhas nos campos nem gado nos currais, mesmo assim eu darei graças ao Senhor e louvarei a Deus, o meu Salvador. O Senhor Deus é a minha força. Ele torna o meu andar firme como o de uma corça e me leva para as montanhas, onde estarei seguro” (Hc 3.17-19).
O otimismo profético está no anúncio de um final glorioso para o povo, e é aqui, basicamente que as profecias dos profetas bíblicos são diferenciadas dos profetas de outros povos que falavam de desgraças e calamidades, mas não anunciavam um fim glorioso.
Profetas e videntes, sem ser judeus ou cristãos acertaram em seus prognósticos, mas nem por isso foram profetas verdadeiros porque suas profecias se cumpriram. Ao longo da história, muitas profecias proferidas por pessoas que não conheciam o verdadeiro Deus como nós conhecemos e não foram inspiradas pelo Espírito de Deus como acreditamos, cumpriram-se totalmente. Estes profetas são falsos porque não profetizaram a redenção dos povos, usaram do dom da profecia para induzir os povos a adorar outros deuses (até a eles mesmos), e não o Deus dos deuses, e não acenaram nem praticaram justiça social.
Um profeta ou pregador é falso quando não possui uma visão divina de justiça social, de amparo aos pobres e de cuidado com os mais necessitados. Bem ao contrário usam do ministério para se enriquecer e para criar e manter suas próprias instituições com verbas milionárias.
Conforme Deuteronômio 13 o profeta é falso não porque anunciou um milagre e este não se cumpriu; ao contrário, o milagre ou sinal que vaticinou aconteceu, e neste sentido não deveria ser considerado um profeta falso, pois o milagre aconteceu. O que o torna falso é que ele usa o dom da profecia, a capacidade de produzir milagres e prodígios para levar o povo a se desviar de Deus, buscando outros deuses ou seu próprio interesse. O texto é claro: o que ele anunciou aconteceu, mas não deve ser ouvido porque induz as pessoas a se desviarem de Deus. Para os judeus, o próprio Deus permitia que isto acontecesse para provar o coração do povo, se o povo era fiel ou não a Deus.
Neste sentido, podemos incluir na nossa reflexão muitos operadores de milagres, pastores e evangelistas que são supostamente usados por Deus, mas o que os coloca em pé de igualdade com os falsos é que buscam seus próprios interesses e não os de Cristo. Jamais devemos esquecer que a prática da justiça não é apenas ajudar os pobres e necessitados, mas também o de denunciar políticos e organizações criminosas que oprimem e atacam os mais fracos. A prática da justiça inclui também o compromisso de usar os dons de milagres e dons de profecias para levar as pessoas à salvação, ao arrependimento e mudança de vida, jamais usando os dons para enriquecimento ilícito, nem os talentos dados por Deus para proveito próprio.
É neste quesito importante citado por Moisés em Deuteronômio 13 que Paulo se apegou para condenar alguns apóstolos de seus dias. Eram homens que também operavam milagres e eram aceitos pelo povo como pessoas de Deus, mas não viviam na prática da justiça como Paulo, de maneira humilde, que não buscava proveito próprio. Paulo afirmou que eram falsos apóstolos, obreiros fraudulentos que se transformaram em apóstolos de Cristo. Não se deve pensar que o pregador falso é apenas o que prega heresias; mas porque seu estilo de vida não é de acordo com o estabelecido por Jesus Cristo.
E até possível incluir entre os falsos os que usam da teologia da prosperidade para enriquecimento pessoal. Existe uma prosperidade que faz parte da essência do evangelho, diferentemente da que vem sendo pregada abertamente nesses dias.
Jesus fala a respeito daqueles que no dia do juízo dirão: “Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade” (Mt 7.22-23). Jesus não está negando o poder de realizar milagres, nem está sugerindo que os que praticam milagres e expulsam demônios são incluídos na classe dos rejeitados, nada disso. Jesus está falando que, apesar de realizarem milagres, tais pessoas foram reprovadas por viverem na prática da iniqüidade, o que nos leva a considerar e a refletir se o estilo de vida que levamos não anulará os feitos milagrosos que operamos.
Ao que parece, nas palavras de Jesus, a iniquidade e a prática do pecado anulam, diante de Deus as obras que fazemos, e apesar de ainda exercitarmos os dons, seremos julgados no dia do juízo, não porque fizemos grandes obras, mas porque vivemos na prática do pecado.
Quando examinamos a história da igreja encontramos homens e mulheres que foram instrumentos de Deus, usados na palavra profética, fazendo previsões que se cumpriram ao longo dos anos. Existiram monges, abades e padres que viviam de maneira santa e reta, comprometidos com o Nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Um destes homens, Malaquias, fez profecias em seu tempo que continuam se cumprindo.
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29/07/2014

12 Sinais de um ministério fracassado

1.Deixou de exercer e de ministrar a sua autoridade.
2.Deixou de buscar para si, tem vindo a sentir um esfriamento progressivo na Busca pelo Espírito Santo e tornou-se indiferente nas reuniões.
3.Tem vindo a desenvolver um olhar malicioso.
4.Concluiu que não é mais necessário participar nos propósitos de Fé.
5.Sente que o seu “chamamento” não é mais a sua prioridade.  Todas as outras coisas são sempre mais importantes.
6.Uma relação sentimental com um incrédulo deixou de significar um perigo para a sua vida espiritual.
7.Uma exortação, correcção ou disciplina deixaram de ser admissíveis para si. Alimentar rancores, mágoas ou sentimentos deste género passou a ser algo natural.
8.A sua posição e representação como obreiro são usadas para proveito próprio perante os membros.
9.Acha-se no direito de impor a sua autoridade e de exigir um tratamento diferenciado por conta do tempo de Igreja.
10.Passou a desenvolver amizades com pessoas que, abertamente, ridicularizam a Palavra de Deus e demonstra indiferença aos opositores da fé.  Uma coisa é ter o contacto, outra é fazer amizade.
11. Não obedece mais a seus líderes, não tem mais submissão.
12. Não glorifica mais a Deus, tudo o que faz é para glorificar a sí mesmo! Tornou-se arrogante!

28/07/2014

MINISTÉRIO DE DANÇA



 Hoje, o Espírito Santo de Deus tem despertado a Igreja a uma entrega total ao senhorio de Jesus e tem feito brotar um desejo mais profundo de experimentar o próprio Deus. São multidões em busca da salvação e os crentes sendo restaurados, vivendo uma nova vida em Cristo. Um dos instrumentos deste avivamento é exatamente o louvor e a adoração; e assim como a música e o canto, a dança vem expressar a sede do coração do ser humano por mais de Deus.
Do mesmo modo, o coração de Deus nos é revelado em canções e gestos que nos envolvem com Seu amor, cada vez que nos colocamos diante d'Ele em adoração.
“Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”. João 4:24

Trazendo à Igreja o entendimento da "restauração do tabernáculo caído de Davi" (At. 15); com unção de vitória e livramento, como Miriã, com restituição e restauração; como Davi; dançando por causa do grande milagre, como o homem curado por Pedro e João, ao entrar no Templo; rejeitando a sensualidade de Herodia (que dançou pela cabeça de João Batista) e a dureza de Mical, que censurou a dança de Davi.
Dançamos como a virgem que se alegra, por que o Senhor tem transformado nossa tristeza em regozijo. Lembramos que a Igreja nasceu em Jerusalém, não em Roma. Desromanizamos, assim, o nosso entendimento, e profetizamos que onde está o Espírito de Deus, aí há liberdade.
Quando Davi trouxe a Arca do Concerto de volta, ele vinha dançando à Sua frente. Davi é um "tipo" do Messias. Como um noivo que se alegra em se encontrar com a noiva, assim a Igreja se prepara para o encontro com o seu noivo.
A dançarina do Senhor é:
 Santa, pura e transparente para o Senhor;
 Suas vestes são santas;
 Adornada;
 Perfumada (com óleo de unção);
 Revestida com as armas espirituais, e com todas sabe guerrear;
 Firme e convicta do seu chamado;
 Sabe dançar, seja pelo Espírito, ou preparada por dançarinos.
A DANÇA É UMA LINGUAGEM UNIVERSAL
 
A dança é uma linguagem universal, pois torna possível contar uma história com o início, meio e fim, e através dos movimentos dançados mais as pantomimas, que são peculiares a esta forma de expressão, vencemos as barreiras da língua e falamos com as emoções.

Os movimentos falam. Um gesto pode ferir mais do que uma palavra, daí a preocupação com essa forma de linguagem. Preciso saber se o que estou querendo transmitir e comunicar será bem compreendido através dos movimentos executados. Não devo falar por falar, dançar por dançar e sim pensar, refletir para então me fazer entender e o mesmo deve acontecer com a montagem coreográfica, ou a dança propriamente dita.

Muitos hoje em dia, profissionais da dança optam pela execução de movimentos sem que necessariamente fale algo, mas, para mim, nada é mais belo que ir ao Teatro, sentar e me emocionar com uma história contada através das músicas clássicas e dos movimentos e expressões que fazem calar a nossa alma, é sem dúvida um pedacinho do céu. Arte é vida e está intimamente ligada ao Artista Maior.

O corpo é uma preciosidade física com qual experimentamos a vida. A dança completa essa experiência porque é a arte do movimento. Sem dúvida somos um espírito que por um período de tempo passamos pela terra morando num corpo mas que vivemos ansiando o paraíso eterno!

Nascer, morrer, renascer pelo sangue de Jesus, e morrer para viver com o Eterno a eternidade plena é o anseio dos que buscam a intimidade com Deus pela amizade com o Espírito Santo para assim revestidos pelo sangue do Cordeiro, puros de coração e limpos de mãos, possam ver a face de Deus e contemplar a sua glória. Esse é o objetivo de cada cristão.

A DANÇA Á LUZ DA BÍBLIA
Com exceção da dança de Salomé perante Herodes (provavelmente uma espécie de pantomima de influência romana), os múltiplos casos, exemplos e citações relacionados com a dança na Bíblia nem têm um caráter de sedução lasciva, nem são danças «a solo», exceto a dança (II Sm. 6:14-16; Cr. 15:29) de David, o «homem segundo o coração de Deus», tão respeitado pelo Povo do Senhor, ainda hoje.
Geralmente as danças são expressões grupais: de alegria, divertimento e/ou adoração a Deus.
Nomeadamente no livro de Salmos, há convites bem explícitos para louvar a Deus com danças, como por exemplo em Salmo 149:3, 150:4 (alguns tradutores escreveram flauta em vez de dança!!) .

Algumas outras referências:
Juizes 21:19-23;
I Samuel 30:16;
II Samuel 6:5: “David e toda a casa de Israel dançavam diante de Jeová...”
Salmo 87:7: “Dirão tanto os que cantam como os que dançam: todas as minhas fontes são em ti”;
Cantares 6:13: “Volta, volta ó Sulamita... Porque quereis contemplar a Sulamita, como a dança de Mahanaim?”.
(Tradução Brasileira, das Sociedades Bíblicas Unidas, corroborada pela ISBE, Enciclopédia Bíblica Internacional, vol II, p.1169-1170).

Na parábola do Filho Pródigo, (Lucas 15:25) a dança assume um caráter bastante significativo, não só por ser uma alusão referida por Jesus, o Verbo que atualizou a Palavra de Deus e a personificou (Hebreus 1:1), mas também porque essa parábola ilustra a relação do homem com Deus, e a alegria que existe no céu quando um pecador se arrepende. Ora essa alegria é traduzida de várias formas, sendo uma delas a dança.
Talvez no céu isso aconteça, numa situação como essa e, se assim for, então existem danças no Céu. Os anjos dançam e cantam de júbilo quando uma criatura humana volta ao Lar Paterno! Não estou a afirmar, mas é uma possibilidade! Um dia saberemos ao certo, na Sua divina presença. Aleluia!
 
É também de salientar que a dança fazia parte da vida corrente, entre os judeus, e até dos jogos infantis, como lemos em Mateus 11:17 e Lucas 7:32.
Perante o que lemos na Bíblia, a dança é uma expressão de alegria, de festa, de convívio e de adoração a Deus. É de lamentar que, entre os cristãos evangélicos, se dance tão pouco.
Claro que, em todas as práticas, inclusive as artísticas, há sempre o bom e o mau. Existe má literatura, mas continuamos a ler bons livros. Existe má fotografia, mas continuamos a tirar e a ver fotografias. Existe má pintura, mas continuamos a pintar e a apreciar as artes plásticas. Existe mau cinema, mas continuamos a valorizar grandes obras cinematográficas. Existe mau teatro, mas também há bom teatro; má escultura e boa; péssimos programas de televisão e outros excelentes, etc..
“Examinai tudo, retende o bem”, aconselhou o apóstolo Paulo (I Tess. 5:21).
E podíamos dizer ainda que, infelizmente, dentro das igrejas também existe o bom e o mau. Há pessoas sinceras e outras hipócritas, há cristãos honestos e outros que o não são, e há também muita vaidade, muita maledicência, muita falsa santidade, muita inveja, muito fanatismo...
 
Ao Senhor e só a Ele compete separar o trigo do joio.
Por isso, irmãos, se sentem o desejo de cantar, cantem! Se sentem o desejo de tocar, toquem. Se sentem o desejo de dançar, dancem... desde que em tudo o que façam não haja maldade, mas sim um espírito são, de alegria, de comunhão, de louvor a Deus, ou de simples diversão saudável, comunicativa! 

PROPOSTAS DE DANÇA NA BÍBLIA

1. Dança Processional: Era feita em fila ou de maneira alinhada com uma harpa ou instrumento de corda indo até em volta do altar, e se movia de maneira circular. Sl.48.12; 42.4.
 
2. Procissão de Lamentação: Era feita com um flautista e duas pessoas que lamentavam. Essa era uma dança de jejum na assembléia solene. Lc. 7.32; Am. 5.16; 2Cr 35.25.
 
3. Dança e Canções de libertação: Conforme a dança de libertação avançava, os pés iam sendo usados junto com palmas, brados, sacudidas e fortes pisadas.Sl.32,7; 1Cr.15.16; Is.13.2; 26.6; 2 Sm.22.40-45; Sl.114.6.
 
4. Dança de Procissão de Escalada ou Entrada: São também chamadas canções de degraus Sl.120 a 134. A dança no Sl.68:25 era feita em fila ou de maneira alinhada e é um chamado à adoração.Feita no caminho do templo. Sl.68.24-25; Is.30.29; 1Cr.15.29; 2 Sm. 6.14-23.
 
5. Processional de Casamento: Era feita de maneira processional até a casa do noivo pela noiva e suas damas. Mais tarde na cerimônia havia uma tradicional dança em volta do noivo e da noiva. Ct.3.11; Is. 61.10; Gn. 24.61
 
6. Dança de Festa: A dança de Festa era acompanhada por harpas e tamborins, essa dança era feita em círculo. Sl 118.27
 
7. Dança de Dedicação: Era uma dança em roda feita na dedicação do templo. Jr.31.4; Sl.30.11; Ne 12.27
 
8. Dança de Saudação: Era geralmente feita por mulheres para saudar o sábado. Jz.11.34
 
9. Dança de Vitória: Era geralmente feita por uma companhia com coros e repetições. Grande regozijo. Havia muitos ramos de palmeiras sendo agitados pelas pessoas durante a dança de vitória. Ex.15.20; 1Sm.18.6, 1Cr.15.29
 
10. Dança de Louvor e Adoração: Era uma dança de roda em coro, algumas vezes feita em solo. Sl.149.3; 150.4; 96.9; 30.11.
 
11. Dança de Unção: Era feita com uma flauta para trazer a presença do Senhor. 1Sm.10.5-10.
 
12. Danças Masculinas: Geralmente aconteciam durante a colheita e grandes experiências de guerra, assim como em dias de festa. Is.9.3; 61.10; Jr.31.13

27/07/2014

O Ministro de Louvor e o seu chamado como Levita



"... Porque muitos são chamados mas poucos escolhidos..."
Mt 22:14
       
Se os ministros e músicos são “Levitas”, precisamos conhecer e entender as características do chamado dos Levitas, para sabermos como devem ser os que ministram no altar.

Tribo de Levi – Incubidos de todo trabalho no tabernáculo desde, montar e desmontar, até o cerimonial.

1- Eles não se tornaram Levitas sem o passo básico, o inicial que denominamos: CHAMADO. Algumas características envolvem este chamado que levaram os levitas a serem incubidos. Eles não foram chamados em detrimento de outros ou no lugar de outros.O chamado foi fruto ou resultado da resposta de Levi; sua resposta a Deus. (Ex 32)

Em Êxodo 32:6 -9 vemos o povo de Israel obstinado(9) numa festa corrompida(7) cultuando o bezerro de ouro. No v 17 e 18 fala de: Som do povo fora de controle( saíram da adoração para a aberração e libertinagem, profanaram a adoração). Moisés indignado quebra as tábuas da lei, derrete o bezerro até virar pó, joga sobre as águas e faz os filhos de Israel beber.(21).

Em seguida Moisés faz o desafio(25,26): “... Quem é do Senhor, venha a mim!” Ou seja, quem ainda opta pelo Senhor fique do meu lado. Somente os da casa de Levi deram um passo à frente. 

Mas em seguida, vem a prova do chamado, ou seja, a resposta do chamado tem que passar por uma forte decisão: “... – Cada um tire a sua espada, bata na porta de seu amigo, seu irmão e seu próximo”.

Chamado dos Levitas – Fruto de uma resposta, mas produto de uma decisão.

Só foram colocados no tabernáculo, porque foram chamados, mas também porque responderam, estavam dispostos até a matar pelo chamado. O que podemos entender com esta resposta? O que estiver entre o seu chamado e seu Deus, deve cair ao fio da espada! 

Só pode ser considerado um Levita aquele que não deixa a sua espada na bainha quando algo se levanta entre você e o seu chamado, entre você e o seu Deus! Somos chamados para a adoração! Não devemos aceitar nada que fique entre nós e DEUS! Se algum ídolo houver, engula-o e jogue fora!

Entenda: CHAMADO – FRUTO DA RESPOSTA – FRUTO DA DECISÃO

Sou chamado a ser adorador, a ser ministro do altar, então não admitirei nada que se coloque entre mim e o meu chamado. O seu chamado depende de sua resposta e a sua resposta de sua decisão, e a sua decisão de ser contra tudo aquilo que for contra o seu chamado. 

2 – Houve um chamado e a decisão de responder, e por conta da resposta houve uma SEPARAÇÃO. Nm 8.14

Separação – Período de discipulado ou experiência. Investimento que separará essa pessoa para o Ministério. Experimentada, Discipulada, Formação, Treinamento, Reparo.

Os levitas precisavam ser separados por causa da posição que ocupam no Reino. Nm 8;15-17. A separação envolve:

Purificação/Santificação – se não houver uma disposição para a purificação não pode entrar para servir. Quando alguém quer ir do átrio(povo) direto para o Santo dos Santos (toca demais, canta bem, mas nada de separação e preparo espiritual) o que acontece? Temos que puxar a corda, pois alguém morreu! Muito show e pouca adoração!

Posição – “Em lugar de”. Todo primogênito era tomado por Deus para si. Este era para Deus. Os Levitas todos eram tomados “em lugar de”. 

O que sobe no altar para ministrar está no lugar de Sacerdote, entre Deus e o povo: “Em lugar de...”. É muito sério, quando Deus olha para o povo, vai olhar primeiro para quem está no altar. – Provisão, autoridade e direção (Maná, cajado, tábuas da lei).

Quando Deus olha para o povo, ele olha para o sacerdote a fim de ver Cristo nele. Se Deus não puder ver Cristo em nós, não ver o sangue, Ele não poderá descer nesse lugar. Nm8;18 – “Para não matar o povo que chega de forma indevida, pelo menos quem está no altar, tem que estar preparado, santificado, porque está no lugar de...”.

A Santidade do Levita protege o povo. O pecado do Levita libera maldição sobre o povo. Por isso vemos tantas igrejas doentes precisando de libertação, porque qualquer um sobe no altar, qualquer um impõe a mão na cabeça do povo. Não que o sujeito não sirva para a salvação, ele não serve para o altar, para ministrar.

Se o que está no altar não está separado, não está crescendo em santidade, não está em condições de estar no altar.

Purificação – Posição – Abnegação – Maturidade. Nm18:20,24

A porção do Levita não é o altar, o ministério, a fama, o reconhecimento. É o próprio Deus. O seu coração precisa ser trabalhado para não ter outra motivação a não ser o Senhor. 

Se não for assim, quando lhe faltar glória ele vai para o pecado, quando dinheiro ele vai para o mundo.

Significa ministrar da mesma forma para 10 ou 10.000 pessoas, pois a sua porção é o Senhor! 

Que a cada dia deixemos o Senhor aperfeiçoar o nosso chamado através da santificação!.

26/07/2014

O ministério do MISSIONÁRIO - Parte 2



Leiam Gl 2.1-10
Introdução
Este texto trata acerca de dois grandes homens que receberam um chamado divino para exercerem ministérios, ao mesmo tempo, idênticos e bem distintos. Idênticos porque ambos foram separados para testemunharem de Jesus, e distintos porque dispunham de ferramentas que os tornavam aptos para exercerem o ministério em contextos diferentes.
Com base no exemplo desses dois homens, serão ressaltados princípios aplicáveis ao ministério missionário no contexto atual.


1. Pedro e Paulo, missionários bem preparados para contextos bem distintos.
Numa leitura panorâmica do livro de Atos, percebemos que Lucas registra a história dos primórdios da igreja e da sua expansão no mundo conhecido da época. No registro dessa história, Lucas põe em evidência dois protagonistas: Pedro e Paulo.
Enquanto a missão da igreja limitava-se aos judeus em suas próprias fronteiras e aos judeus helenistas da dispersão (At 1-12), Lucas coloca em evidência a pessoa do apóstolo Pedro. No entanto, a partir do capítulo 13, quando a igreja em Antioquia reune-se, e, sob a orientação do Espírito, planeja e decide enviar missionários para a missão estrangeira, para a missão transcultural, Lucas põe em evidência a pessoa do apóstolo Paulo.
Por que Deus escolheu Paulo e não Pedro para a realização da obra missionária transcultural? Não temos condições de responder a esta pergunta com precisão. Mas podemos supôr e arriscar falar sobre uma das possíveis razões. Provalvelmente, uma das razões esteja relacionada com a questão do preparo especícifico. Paulo dispunha de mais ferramentas do que Pedro com as quais Deus poderia contar para uma evangelização mais eficaz no mundo gentio. Ao contrário de Pedro, Paulo era um homem de dois mundos. Era hebreu filho de hebreus (Fp 3.5), falava hebraico (At 21.40), era um profundo conhecedor da lei, tinha formação farisaica (At 22.3) , era um judeu zeloso. Por outro lado, era um cidadão romano, filho de Judeus da diáspora, nascido na importante cidade de Tarso na Cilícia (At 21.39), falava grego (At 21.37), conhecia a cultura e a literatura grega (At 17.17,18, 28). Resumindo, Paulo estava apto para lidar bem melhor do que Pedro, com judeus e com gentios.
Quando lemos o livro de Atos percebemos que as ferramentas que Paulo dispunha lhe foram muito útil no seu trabalho de evangelização. Ele estava apto para chegar numa cidade, ir a uma sinagoga de judeus, expôr as Escrituras com profundidade e demonstrar que o Jesus de Nazaré, era o cumprimento das esperanças messiânicas judaicas (At 17.1-3; 18.4-5). Por outro lado, ele também estava apto para chegar em uma cidade como Atenas, o centro filosófico da Grécia, discutir com filósofos de diferentes correntes filosóficas (epicureus e estóicos), testemunhar de Jesus, não como o cumprimento das esperanças messiânicas, mas como sendo o “Deus Desconhecido” adorado pelos Atenienses. Ele estava apto para combater a idolatria dos atenienses fazendo uso, não de textos das Escrituras hebráicas, mas fazendo uso de citações de poetas gregos. Resumindo, Paulo estava apto para proclamar a mensagem do evangelho de maneira contextualizada, relevante tanto para judeus quanto para gentios. E não somente para gentios cultos, mas também iletrados e incultos (At 14.14-18). Deus sabia que podia contar com as qualificações e com as ferramentas que Paulo dispunha.

2.Cada ministério missionário exige do missionário um preparo específico.
O que se quer mostrar com esta exposição, é que a igreja e seus líderes precisam entender a necessidade que o missionário tem de um preparo específico para um ministério missionário específico. Muitas vezes há uma tendência a espiritualizar de mais as coisas e a colocar em oposição melhor preparo e poder do Espírito. Biblicamente, no entanto, melhor preparo e poder do Espírito não são duas coisas incompatíveis. Treinamento mais especializado e depedência do Espírito na realização da obra missionária não se excluem mutuamente; pelo contrário, se complementam. De maneira que, é possível termos missionários piedosos e ao mesmo tempo bem preparados.
Portanto, é preciso que se reconheça a necessidade de equipar melhor os candidatos à obra missionária transcultural. Além de um treinamento teológico e missiológico, é extremamente importante que o missionário que vai ao campo transcultural tenha um treinamento nas áreas de lingüística e antropologia cultural. Não se deve entender como uma perda de tempo e recursos o investimento que é feito em tempo e dinheiro para um melhor preparo do missionário. É melhor que ele demore um pouquinho mais aqui adquirindo melhores ferramentas e chegue ao campo em condições de desenvolver um trabalho mais eficaz em menos tempo, do que ele ir imediatamente com uma grande probabilidade de também retornar imediatamente após ter causado um bom estrago no campo ou até mesmo fechado portas para outros.
Para a obra missionária transcultural, conhecimento bíblico é extremamente importante, mas não é suficiente. O ideal é que o missionário esteja munido com o “tripé básico” (R. Lidório) da formação missionária: lingüística, missiologia e antropologia cultural.

3. Cada ministério missionário em campo missionário específico obtém resultados em intervalos de tempo distintos.
Todos os trabalhos missionários transculturais realizados pelo apóstolo Paulo registrados no livro de Atos apresentaram resultados visíveis dentro de um intervalo de tempo que classificaríamos hoje como sendo “resultados a curto prazo”. Os dois trabalhos missionários com os quais Paulo gastou mais tempo foram os das cidades de Corinto (1 ano e 6 messes, At 18.11) e Éfeso (aproximadamente 3 anos, At 20.31). A grande questão hoje, é que são poucos os trabalhos missionários transculturais que apresentam resultados visíveis a curto prazo. Tomando os trabalhos missionários da igreja do primeiro século como padrão, boa parte da igreja hoje e de seus líderes fica decepcionada ou desanimada ao ouvirem alguns relatórios de trabalhos missionários que já apóiam a alguns anos.
No entanto, antes de se tomar como padrão os trabalhos missionários registrados por Lucas, é preciso que se pondere melhor alguns fatores externos que contribuíram grandemente para que tais trabalhos fossem realizados com mais eficácia e em menos tempo: havia uma língua geral de comunicação, o Grego Koinê; havia uma cultura dominante, a greco-romana; e havia uma tradução (Septuaginta) das Escrituras (AT) na língua dominante da época; havia também um “terreno” preparado pela atividade missionária dos judeus no mundo conhecido da época. Eles disseminaram a sua ética moral e a sua doutrina monoteísta e levaram muitos gentios a se tornarem adoradores de Jeová. Os primeiros missionários cristãos fizeram uso dessa língua, dessa tradução e dessa cultura dominante para proclamar o evangelho de maneira relevante para os judeus da diáspora, para os já “preparados” gentios “tementes a Deus” e os prosélitos do judaísmo.
Existem hoje ministérios missionários que apresentam resultados visíveis a curto prazo. Existem outros, no entanto, em que os resultados só começam aparecer a médio e longo prazo. Esses apresentam graus de dificuldades maiores: Uma língua diferente da do missionário, que, em alguns casos, nem escrita tem. Na maioria dos casos, o missionário vai iniciar o aprendizado da língua, fazer uma análise da mesma, produzir material didático para alfabetizar os nativos e traduzir as Escrituras. Somente após adquirir um bom domínio da língua e da cultura é que ele vai começar comunicar o evangelho.

Conclusão
Muitas igrejas e líderes têm uma dificuldade enorme de reconhecer a necessidade de um preparo específico para o candidado ao campo missionário transcultural bem como de continuar investindo e apoiando ministérios missionários que não obtém resultados visíveis a curto prazo (não plantam igrejas nem realizam batismos nos primeros anos de trabalho).
O que se quer comunicar com esta exposição para as igrejas e seus líderes é que cada ministério missionário requer do missionário um preparo específico, e que cada ministério missionário em campos missionários específicos obtém resultados em intervalos de tempo distintos: a curto, a médio, e a longo prazo. O que compete a cada missionário é semear e regar, o crescimento, porém, é da competência de Deus (1Co 3.6, 7).

25/07/2014

O Ministério do MISSIONÁRIO – Parte 1



Leiam: At 11.19-30; 12.25-13.3
1. Introdução – Concepções positivas e negativas acerca do ministério missionário.
A concepção de missionário na igrejabrasileira tem mudado nos últimos anos, mas ainda não mudou o suficiente.
Positivamente falando, o ministério missionário é visto na igreja como um trabalho que envolve muita renúncia, e, conseqüentemente, o missionário é visto como alguém caracterizado por uma disposição incrível de renunciar. Na concepção de outros, o ministério missionário é exercido por pessoas que têm um amor a Deus um pouquinho acima da média. No entanto, como missionário, eu entendo que o nosso amor a Deus é tão falho e tão frágil quanto o amor da maioria dos crentes. No campo missionário, estamos simplesmente realizando a obra para a qual Deus nos “talhou”. De maneira que, o que fazemos não é o resultado de uma amor acima da média nem de uma capacidade extraordinária de renunciar.

Negativamente falando, devido à atitude de alguns “missionários”, esse termo e ministério evoca na mente de alguns o conceito de pedinte ou mendigo que passa pelas igrejas levantando fundos para suprir as suas necessidades e de sua família. Na mente de outros, o termo missionário evoca a idéia de alguém que vive pela “fé”, mas uma fé mendicante. Para outros, esse termo ou ministério está estritamente relacionado com sofrimento, de sorte que, missionário e “sofredor” não passam de termos sinônimos. Para alguns o termo missionário traz à sua mente a imagem de uma pessoa que vivencia experiências esdrúxulas. Podemos acrescentar ainda a tudo isso, a concepção que alguns têm de missionário como aquele que é menos preparado que o pastor da igreja. O lema desses é: Como ele não serve pra ser pastor, então, vamos enviá-lo como missionário.
No entanto, como deve ser encarado o ministério missionário? Qual deve ser a disposição da igreja em relação ao ministério missionário? O que o ministério missionário exige do missionário no campo transcultural?
2. Ministério missionário encarado como uma extensão do ministério da igreja.
No relato de Lucas em At 11.19-30 e 12.25-13.3 percebemos o forte vínculo que existia entre a igreja de Antioquia e os seus missionários. Em primeiro lugar, Barnabé e Saulo, antes de serem enviados ao campo missionário, prestaram um grandioso serviço na igreja de Antioquia. Eles investiram tempo na evangelização, instrução, discipulado e crescimento espiritual dos cristãos daquela igreja ( At 11.22-26).
Esse vínculo entre igreja e missionários pode ser visto também em 11.30. Eles foram enviados como representantes da igreja de Antioquia à igreja mãe de Jerusalém, com a missão de entregar uma oferta para suprir a necessidade dos cristãos da Judéia. Isso nos dá uma boa dica de que eles gozavam da confiança da igreja.
Em At 13.3, em obediência à direção do Espírito, a igreja de Antioquia não receia impôr as mãos sobre Barnabé e Saulo e enviá-los ao campo missionário. Com essa atitude ela estava se dispondo a ser conivente com os seus missionários e com a sua missão.

Dando uma olhada geral no livro de Atos, percebemos que esse vínculo entre a igreja e seus missionários não se rompeu com o envio e a partida dos mesmos ao campo. Pelo contrário, esse vínculo perdurou. Antioquia era o ponto de partida e o ponto de chegada de Barnabé e Saulo. Após terem concluído a primeira viagem missionária, eles retornaram para a sua igreja enviadora. Ali, deram um relatório do que Deus fizera por intermédio deles, e permaneceram um bom tempo na igreja (At 14.26-28). Após o concílio de Jerusalém, antes de darem início à segunda viagem missionária, Lucas registra que Paulo e Barnabé permaneceram algum tempo em Antioquia e ali ensinavam e pregavam a palavra do Senhor (At 15.35)
Quando lemos acerca dessa relação entre a Igreja de Antioquia e seus missionários a percepção que temos é que não havia uma dissociação entre o ministério missionário e o ministério da igreja; o ministério missionário era visto como uma extensão do ministério da igreja.
O ponto a ser ressaltado é exatamente este: o ministério missionário deve ser encarado como uma extensão do ministério da igreja, e não simplesmente como um trabalho ou uma obra que uma determinada igreja apóia e investe. Por não terem essa concepção do ministério missionário, alguns o vêem como uma “ameaça” às finanças de suas igrejas, e outros o encaram como um investimento que não traz nenhum retorno para as suas igrejas locais. Os que assim pensam, ainda que não tenham percebido, já absorveram completamente e já foram completamente absorvidos pelos valores de uma sociedade capitalista de tal maneira que querem fazer do Reino de Deus uma bolsa de valores.
É preciso que se tenha em mente que “investimento que traz retorno” na concepção de Deus, não é aquele que vai produzir um maior número de membros para as nossas igrejas locais, mas é aquele que vai arrebanhar um número maior de cidadãos para fazer parte do Reino de Deus. E, uma das maneiras de sanar essa concepção deturpada acerca do ministério missionário, é encará-lo como uma extensão do ministério da igreja e não como algo à parte dele.
3.O ministério missionário exige da igreja disposição para enviar ao campo o que ela tem de “melhor” em termos de recursos humanos.
De acordo com Lucas, a igreja de Antioquia estava muito bem servida em termos de material humano de qualidade (At 13.1). Ele diz que havia ali alguns profetas e mestres. Ele não especifica quem eram profetas nem quem eram os mestres. Ele apenas apresenta uma lista geral encabeçada por Barnabé e finalizada por Saulo. No versículo 2 está escrito que enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, o Espírito Santo orientou a igreja na escolha de obreiros específicos para uma obra missionária específica. Em 13.3 a orientação do Espírito é: Separem-me Barnabé e Saulo… A Bíblia Shedd traz o seguinte comentário acerca desse versículo:“É de notar que os homens chamados por Deus para a obra missionária eram os mais capazes da igreja”.
Por amor à obra missionária em outros locais, a igreja de Antioquia teve que se dispôr a abrir mão dos serviços de dois de seus mestres mais destacados. Ela teve que se dispôr a abrir mão do que ela tinha de “melhor” em termos de recursos humanos.
Separem-me a Barnabé e a Saulo… O Espírito estava requerendo da igreja a disposição de abrir mão daquele (Barnabé) que já era reconhecido como um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé (At 11.24), que era dotado da capacidade de exercer misericórdia, de encorajar e fortalecer os desanimados, e de acreditar no seu poder transformador (At 9.26-30); estava requendo também o envio daquele (Saulo) que era intrépido e ousado, cheio de amor por Cristo, e que não tinha a vida como preciosa para si mesmo (At 20.24; 21.13), daquele que era um profundo conhecedor das Escrituras e que era capaz de comunicar o evangelho de maneira relevante tanto para judeus como para gentios (At 13.13-32; 14.6-18; 17.15-31). Resumindo, o Espírito estava dizendo: separem-me o que vocês têm de “melhor” em termos de recursos humanos para que os envie para a obra missionária.
Contrariando a concepção de muitos acerca de missionário, o Espírito Santo escolheu e a igreja de Antioquia enviou aqueles que eram capazes. Aqueles que já haviam exercido um ministério abençoado e frutífero na igreja local, que gozavam da confiaça e do respeito por parte da igreja, que tinham uma boa reputação, que eram dotados de boas qualificações espirituais, morais, e, porque não acrescentar, intelectuais. Aqueles que dispunham de ferramentas mais apropriadas para exercer o ministério missionário transcultural.
Conclusão
Portanto, é necessário que haja na igreja e no seu líder uma concepção sadia acerca do ministério missionário; que o encarem como uma extensão do ministério da igreja; e que haja uma disposição de abrir mão e de enviar ao campo missionário aqueles que Deus escolhe e que eles (igreja e líderes) entendem que são os “melhores” recursos humanos de que dispõem. E se percebem que os seus candidatos ao campo missionário ainda não estão aptos, que incentivem e ofereçam as condições para que eles se aperfeiçoem e adquiram um melhor preparo.
Não deixem de conferir a segunda parte deste estudo na postagem de amanhã.

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