A preocupação de Paulo neste
capítulo é a reação que os irmãos devem ter para com os que cometem pecado.
Após os ensinamentos nos capítulos anteriores, espera-se que o Amor prevaleça
sobre toda e qualquer atitude humana que queiramos praticar.
I. LEVAR AS CARGAS UNS DOS OUTRO
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma
falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e
guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e,
assim, cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém julga ser alguma coisa,
não sendo nada, a si mesmo se engana. Mas prove cada um o seu labor e, então,
terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro. Porque cada um
levará o seu próprio fardo. Mas aquele que está sendo instruído na palavra faça
participante de todas as coisas boas aquele que o instrui. Não vos enganeis: de
Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque
o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que
semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna. E não nos cansemos de
fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso,
enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos
da família da fé” (Gl 6.1-10).
Os ensinamentos falsos eram uma preocupação do
apóstolo que a todos combateu com a autoridade dada por Cristo. Esses
ensinamentos estavam causando divisões entre os gálatas. Havia ataques mútuos
(5.15). Isso impedia os irmãos de trabalharem mutuamente pelo Evangelho e
superar as batalhas espirituais. Se um irmão cair em pecado, o outro, que anda
no Espírito, deve corrigi-lo (em Amor) (6.1). O pecado gera culpa, então
precisamos levar o fardo de quem está assim (6.2) e cumprir a Lei de Cristo (Jo
13.24 e 14.12), que depende toda lei (Mt 22.36-40).
O carnal não ajuda seu irmão,
pelo contrário, procura apresentar-se perante o caído com superioridade (6.3).
Mas tal visão é errônea porque cada um será julgado individualmente de acordo
com a sua conduta (6.4-5; 2ª Co 5.10). A responsabilidade daquele que recebe
instrução é participar com boas notícias sobre o seu bom proceder àquele que
lhe deu instrução (6.6). Não há lugar para superioridade entre os irmãos porque
a mesma lei será usada para ambos pois “aquilo que o homem semear, aquilo
também ceifará” (6.7). Paulo convoca os cristãos a produzir o Fruto do Espírito
que são nove (5.22-23). Ele sabe que o que a carne semear, vai se tornar pecado
ou fruto da carne (5-19-20), aqui designado de corrupção (6-8). O cristão que
pratica o bem não se cansa (6.9) porque Deus renova as nossas forças (Is
40.31). Deus vai criar muitas oportunidades para o cristão fazer o bem e Ele
não quer que qualquer oportunidade criada por Ele seja desperdiçada (6.10)
principalmente para os que fazem parte do Corpo de Cristo.
II. GLORIAR-SE NA CRUZ DE CRISTO
“Vede com que letras grandes vos
escrevi de meu próprio punho.Todos os que querem ostentar-se na carne, esses
vos constrangem a vos circuncidardes, somente para não serem perseguidos por
causa da cruz de Cristo. Porque nem ainda esses mesmos que se circuncidam
guardam a lei, mas querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa
carne. Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor
Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu, para o mundo.
Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude
alguma, mas sim o ser uma nova criatura. E, a todos quantos andarem conforme
esta regra, paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel de Deus. Desde
agora, ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus.
A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos, com o vosso espírito. Amém!”
(Gl 6.11-18).
Paulo quer chamar a atenção para os assuntos
abordados: “Vede com que letras grandes vos escrevi” (6.11). Esses assuntos são
de extrema importância. Explica que os que estavam defendendo a circuncisão
para a salvação e outras práticas do Velho Testamento, conhecidas por
Galacionismo, não estavam interessados em ajudar as pessoas ensinadas por
Paulo, mas apenas em causar divisão e confusão. Os “Falsos Irmãos” queriam
evitar a perseguição por parte dos judeus (6.11-12). O próprio Cristo já havia
alertado que o Cristianismo traria divisão e ódio: “Sereis odiados de todos por
causa do Meu nome; aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”
(Mt 10.22).
Eles se gloriavam na carne, com
um sinal que era visível e não na “cruz de Cristo” (6.13-14). Paulo continuava
firme e confiante na Cruz de Cristo, que apesar da perseguição, era a descrição
mais completa da alegria que o homem poderia almejar: vida eterna. Paulo vê a
pobreza espiritual dos circuncisos, pois havia a segunda parte do ritual:
Cumprir todos os mandamentos da Lei (6.13). A Cruz era completa, a Cruz
enxergada pelos espirituais não era fardo algum, os conduzia, pelo Espírito
Santo, a produzir os seus nove sabores. Paulo estava crucificado para o mundo
(6.14) e não iria voltar a praticar tais absurdos em nome de uma religião fria
e incompleta. Pedro diz aos que voltam ao mundo o seguinte: “O cão voltou ao
seu próprio vômito e a porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal” (2ª Pe
2.22).
O verdadeiro convertido vem, não
por meios carnais, e sim pela circuncisão do coração, para se tornar uma nova
criatura (6.15). Paulo demonstra estar habituado a ver irmãos que querem
deturpar as suas epístolas (6.16). Seus ensinamentos, que foram outorgados por
Cristo, não seriam interrompidos por um grupo que caminhava para a sua própria
destruição (6.16). Não havia mais nada a falar. Todos estavam, de antemão,
alertados sobre os “Falsos Irmãos”. Necessária seria muita atenção para que
ninguém caísse como os tais insubordinados (6.17). Por fim, o apóstolo deixa
evidente que há muito a andar e crescer na presença de Cristo, Graça e
Conhecimento eram aspectos inesgotáveis (6.18). Aquilo que os judaizantes
evitavam, para Paulo era uma glória: “gloriar-me, senão na cruz do nosso Senhor
Jesus Cristo” (6.14). Glórias a Cristo eras esperadas dos que realmente viessem
a compreender o conteúdo dessa epístola, e como ele, gloriarem-se na cruz de
Cristo.
Tanto nos tempos de Paulo e como
agora, um dos problemas mais sérios que afeta a igreja é o legalismo, que
arrebata o gozo do Senhor da vida do crente e com o gozo se vai o verdadeiro
poder para adorar a Deus “em espírito e em verdade”.
O legalismo é uma atitude carnal
que se conforma a um código, com o propósito de exaltar a pessoa, ou seja,
exaltar a si mesmo e ganhar méritos, ao invés de glorificar a Deus pelo que Ele
tem feito; e o poder é a carne, não o espírito, que produz resultados externos
somente similares à verdadeira santidade. Os resultados são, na melhor das
hipóteses, falsificações e não podem jamais aproximar a santificação genuína,
por motivo da atitude carnal e legalista.
Entre os fariseus convertidos na
igreja de Jerusalém, houve os que insistiram na submissão da lei para se
salvarem. Eram os “zelosos da lei mosaica” (cf. At 21.20) ou judaizastes. Mas
Paulo que era comprometido com o evangelho de Jesus não podia aceitar a mistura
no cristianismo.
A Bíblia, particularmente o Novo
Testamento, não é a Verdade para os seguidores da lei, porque se dizem
cristãos? Seria melhor e mais coerente declararem-se prosélitos do judaísmo e
partidários da seita dos fariseus, porque seriam muito mais claramente
entendidos pelos verdadeiros cristãos.
O crente salvo tem as marcas de
Cristo (2ª Co 11.23-27), que são as marcas provenientes da perseguição em
contraste com a marca da circuncisão imposta pelos judeus.
“Foi alguém chamado, estando
circunciso? Não desfaça a circuncisão. Foi alguém chamado, estando
incircunciso? Não se faça circuncidar. A circuncisão, em si, não é nada; a
incircuncisão também nada é, mas o que vale é guardar as ordenanças de Deus”
(1ª Co 7.18-19).
O que importa na vida cristã é a obediência
porque comprova a existência do amor e fé. Existem crentes que se apegam nas
coisas físicas e carnais e esquecem-se das espirituais. Paulo diz que não é a
circuncisão, e nem incircuncisão, não é um rito exterior que vai garantir a
nossa salvação, mas ser uma nova criatura em Deus. Não é pela aparência
exterior que julgamos se somos salvos ou não, ou porque guardamos dias, meses
ou ano (Gl 4.10). Jesus mesmo ensinou seus discípulos dizendo: “Não julgueis
segundo a aparência, e sim pela Justiça”. (Jo 7.25). Os fariseus julgavam pelas
aparências, mas Jesus nos ensinou que não é assim o verdadeiro julgamento. A
justiça é as vestes do cristão salvo, o fruto do Espírito e bom caráter e
separação das concupiscências carnais é que irão mostrar a diferença do cristão
salvo, santo e regenerado.
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