“Veio, pois, e tomou o livro da mão direita
daquele que estava sentado no trono; e, quando tomou o livro, os quatro seres
viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo
cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações
dos santos, e entoavam novo cântico (…)” (Apocalipse 5:7-8).
O louvor é uma
oferta espiritual que os filhos fazem para DEUS. Louvar a DEUS significa muito
mais que agradecer por alguma bênção alcançada, mas adorá-LO por aquilo que ELE
representa em nossas vidas. Não há, portanto, vida cristã sem adoração.
Nem sempre o
louvor chega até DEUS em forma de cântico, quando estamos grandemente
regozijados. Dizem os sábios que o verdadeiro louvor sai de nossa boca em forma
de oração, a partir de um coração contrito e angustiado, uma alma ferida e um
espírito quebrantado. Assim, poderemos afirmar que os salmos, antes de
constituírem o Livro dos Cânticos, pertencente à Harpa judaica, são o livro de
quem orou, se humilhou, clamou a DEUS por um consolo e solução: “Tornaste o meu
pranto em regozijo, tiraste o meu cilício, e me cingiste de alegria; para que a
minha alma te cante louvores, e não se cale. Senhor, Deus meu, eu te louvarei
para sempre” (Salmos 30:11-12); “Senhor, a ti clamo, dá-te pressa em me acudir;
inclina os ouvidos à minha voz, quando te invoco. Suba à tua presença a minha
oração, como incenso, e seja o erguer das minhas mãos como oferenda vespertina”
(Salmos 141:1-2). A palavra oração em hebraico significa “tephiláh”, que quer
dizer um louvor cantado. Esse louvor, tanto no livro dos Salmos, como no do
Apocalipse, aparece comparado a um incenso que, no Antigo Testamento, eram
especiarias aromáticas, queimadas pelos sacerdotes no lugar santo. Dessa forma,
aprendemos que o incenso, segundo a Palavra de DEUS, aponta hoje para a oração
e o louvor: “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de
louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hebreus 13:15).
A oração, que
sai de nossa boca em palavras, transforma-se em louvor em forma de incenso
suave. Assim, entendemos que DEUS não ouve a nossa oração, mas aspira, cheira,
recebe; entra pelas suas narinas como um aroma agradável. O livro do Êxodo nos
revela algumas características essenciais para quem deseja construir o perfeito
louvor, como um incenso que é absorvido por DEUS: “Disse mais o Senhor a
Moisés: toma substâncias odoríferas, estoraque, ônica e gálbano; estes arômatas
com incenso puro, cada um de igual peso; e disto farás incenso, perfume segundo
a arte do perfumista, temperado com sal, puro e santo” (30:34-35)
A primeira
característica de um perfeito louvor é que ele tem que ser “segundo a arte do
seu perfumista”, ou seja, ser um louvor resultante de uma vida de testemunho.
Muitas vezes estamos com a nossa vida totalmente tortuosa diante de DEUS e
queremos, através da oração, que o PAI receba as nossas palavras: “Porque o
Senhor disse: pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os
lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor
para comigo consiste apenas em mandamentos de homens, em que foi instruído”
(Isaías 29:13). Vida no altar, temente a DEUS, é requisito principal para que a
oração seja transformada em um incenso de aroma suave, absorvido pelo nosso
DEUS. Observe o que escreveu Paulo sobre a importância de termos uma vida como
um testemunho vivo da operação de DEUS em nós: “Porque nós somos para Deus o
bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem” (2
Coríntios 2:15). Uma vida cristã reta, íntegra, é sempre temperada com sal. A
palavra temperada representa uma vida equilibrada (nem insossa nem salgada),
mas uma vida que dá sabor aos perdidos. Observe o que JESUS afirmou sobre os
seus discípulos: “Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido,
como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser
pisado pelos homens” (Mateus 5:13). O apóstolo Paulo também nos advertiu acerca
dessa característica cristã: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada
com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um” (Colossenses
4:6). Afinal, ninguém se satisfaria em comer um alimento insosso ou com muito
sal. A medida certa do sal dá o sabor ideal à comida, tornando-a saborosa.
Mas um cristão
também precisa ser puro e santo. A palavra pureza denota sem malícia, enquanto
o termo santo significado separado. Um coração puro, sem malícia, só
encontraremos nas crianças. Por isso, precisamos ser como as crianças, se
quisermos entrar no reino de DEUS: “Em verdade vos digo que, se não vos
converterdes e não fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos
céus” (Mateus 18:3); “Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o Reino
dos céus” (Mateus 19:14); “Nunca lestes que pela boca dos meninos e das
criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?” (Mateus 21:16). Primeiramente,
tornarmos como crianças, puras, sem maldade nem malícia. Segundo, seremos
santos, separados das coisas do mundo: “como também nos elegeu nele antes da
fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em
amor” (Efésios 1:4); “mas como é santo aquele que nos chamou, sede vós também
santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pedro 1:15). A síntese dessa
primeira característica para obtermos um perfeito louvor a DEUS está em uma
vida de testemunho, que só é adquirida quando mantemos o equilíbrio, a pureza
no coração e a santidade de nossas ações.
A segunda
grande característica mostra que o perfeito louvor está impregnado de três especiarias:
estoraque, ônica e gálbano. O estoraque é um pó das gotas de uma resina
endurecida e fragrante encontrada nas árvores dos montes de Gileade. Esse aroma
exala das árvores sem que precise cortá-las, ou seja, as árvores o liberam
espontaneamente. Trazendo isso para uma vida de oração, significa que DEUS
recebe todo o louvor que seja espontâneo, natural, das entranhas da nossa alma,
sem barganha nem interesses inescrupulosos. DEUS ama quem O adora por aquilo
que ELE é, e não apenas por aquilo que ELE dá. É o louvor sincero, verdadeiro:
“Mas a hora vem e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.
Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em
verdade” (João 4:23-24). DEUS quer ser adorado antes de qualquer manifestação
de bênção material: “Dentro de mim derramo a minha alma ao lembrar-me de como
eu ia com a multidão, guiando-a em procissão à casa de Deus, com brados de
júbilo e louvor, uma multidão que festejava” (Salmos 42:4); “Louvai ao Senhor!
Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder! Louvai-o
pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza!
Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa! Louvai-o com
adufe e com danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flauta! Louvai-o
com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes! Tudo quanto tem
fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!” (Salmos 150:1-6). Quando for orar,
seja espontâneo com DEUS. Adore-O pelo que ELE é.
A segunda
especiaria é a ônica, um pó extraído da cobertura de um molusco, encontrado na
profundidade do Mar Vermelho. É um louvor que sai das profundezas, que dilata a
alma e a leva para cantar: “Como suspira a corça pelas correntes das águas,
assim, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus
vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?” (Salmos 42:1-2).
Precisamos orar-louvar a DEUS do mais profundo do nosso ser, rasgar, se
possível, todo o nosso coração, fazer o SENHOR sentir e ouvir o nosso bramido.
A última
especiaria que deve estar presente em nosso louvor é o gálbano. É uma erva
encontrada no Mar Mediterrâneo, extraída das folhas de um arbusto da Síria.
Para se obter esse aroma, é preciso pisar e moer bastante as folhas até
destilar um óleo. Esse é o momento em que a nossa oração é resultado de nossas
angústias. Quando somos moídos pelas circunstâncias adversas e nem temos mais
razões para cantar, sai de nossa alma uma oração sincera, espontânea, carregada
de palavras de dor e até mesmo de certo desespero. A oração de um coração
contrito, de uma alma angustiada, de um espírito quebrantado, resulta em um
perfeito louvor, carregado de um incenso suave, que logo alcança as narinas de
DEUS. Davi, cercado pelo exército de Saul, cantou assim ao Senhor: “A ti,
Senhor, elevo a minha alma. Deus meu, em ti confio; não seja eu envergonhado,
nem exultem sobre mim os meus inimigos. Com efeito, dos que em ti esperam,
ninguém será envergonhado; envergonhados serão os que, sem causa, procedem
traiçoeiramente” (Salmos 25:1-3). Paulo e Silas, após serem açoitados a noite
inteira e depois serem conduzidos à prisão, com os pés amarrados no tronco,
ainda assim, cantaram ao Senhor: “Perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e
cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam” (Atos 16:25). Paulo,
preso em Roma, escreveu a Carta aos Filipenses, intitulada “Epístola da
Alegria”, porque não cessava de louvar a DEUS ante a todas as adversidades que
enfrentava: Dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós, fazendo sempre
com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas orações, pela vossa
cooperação no evangelho, desde o primeiro dia até agora. Estou plenamente certo
de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-las até o Dia de
Cristo Jesus. (…) Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez vos digo:
alegrai-vos” (Filipenses 1:3-6 e 4:4).
Precisamos ter
uma alma pronta para agradecer e adorar o Santo Nome do SENHOR, mesmo quando as
circunstâncias estiverem contrárias. A oração de Habacuque tem que florescer de
nossa alma e ecoar de nossa boca como um incenso agradável: “Oração do profeta
Habacuque sob a forma de canto: (…) Ainda que a figueira não floresça, nem haja
fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam
mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco e nos currais não haja
gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O
Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça” (Habacuque
3:1;17-19).
E a adoração
de Jó? Satanás aposta com DEUS que Jó não O adoraria na prova. Então DEUS,
conhecendo o coração do Seu servo, autoriza que satanás o toque. Em um só dia,
o homem mais rico do Oriente viu destruídas as suas sete mil ovelhas, três mil
camelos, quinhentas juntas de boi e as quinhentas jumentas. Em um só dia
também, satanás ceifou a vida dos 10 filhos de Jó. Dez caixões enfileirados na
sala de sua casa. Dez caixões com os filhos que Jó tanto amava. “Então Jó se
levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e adorou; e
disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei para lá; o Senhor o deu e o
Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!” (Jó 1:20-21). O gálbano de Jó
foi moído. Mas o diabo queria cessar de vez a sua oração e fez um novo desafio
a DEUS. O SENHOR permitiu-lhe tocar na saúde do seu servo. Uma chaga maligna
foi lançada em sua pele, da cabeça à planta dos pés. O diabo tocou no maior
órgão do corpo humano, a pele, para que todo mundo visse. Jó, então, foi
ex-comungado de sua própria casa pela esposa. Só restou ao homem mais rico do
Oriente um caco de telha. Jó já nem conseguia mais falar direito, face às
feridas expostas em seus lábios; mas apenas sussurrava, com um bramido
esquisito. Sua esposa, vendo-o nessa situação, dá-lhe a sugestão fatídica:
“Amaldiçoa a Deus e morre” (Jó 2:9). Mas Jó, no limite de sua humilhação, quase
morto, sem forças, ferido, doente, sem família, sem nada, ainda louva ao DEUS de
sua salvação: “falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não
receberemos também o mal?” (Jó 2:10).
Não se tem
dúvida de que a maior arma do cristão é mesmo a adoração. Quando ele adora,
mesmo caído, sem forças, uma chuva de poder é derramada sobre ele e um
revestimento espiritual, vindo do céu, traz o renovo sobrenatural e necessário.
Sempre que o diabo vier nos afrontar, devemos fazer sair da nossa boca o
perfeito louvor, que chega ao trono de DEUS como um incenso suave. O próprio
Jó, em um dos seus célebres cantos, ensinou-nos sobre o valor de adorarmos
mesmo nas adversidades, quando ele disse: “Porque há esperança para a árvore,
pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebanhos. Se
envelhecer na terra a sua raiz, e no chão morrer o seu tronco, ao cheiro das
águas brotará e dará ramos como a planta nova” (Jó 14:7-8). Adoremos, sejamos
revestidos e alcançaremos a vitória.
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