A hierarquização da Igreja Romana não se restringe aos seus círculos. Em nosso meio temos, também, criado a nossas hierarquização, com pequenas variações, com a qual nos acostumamos e deixamos e tratar do assunto à luz da Bíblia. Atrevo-me a fazê-lo, mas, para facilitar, vamos por partes:
1) Inicialmente, estabeleço como premissa que, na Igreja, segundo o padrão do Novo Testamento, não há hierarquia ministerial, como, por exemplo, nas Forças Armadas, em que, necessariamente, se precisa passar pelas funções "inferiores" até galgar as "superiores". O papel de diácono não é o primeiro degrau para subir na carreira, como parece acontecer em muitos lugares. Ele foi criado com finalidades bem específicas, para cuidar da assistência social, enquanto os apóstolos permaneceriam no Ministério da Palavra. Embora sob a liderança pastoral, diáconos não são uma espécie de cabo à espera de promoção. Na verdade, trata-se de uma função serviçal. Nada mais.
2) Outra questão que precisa ser posta com clareza é que presbítero, bispo ou pastor são expressões sinônimas, no original, que definem meramente o sentido da função. Não são títulos eclesiásticos e nada têm a ver com status, honra, em seu sentido honorífico, distinção etc. Também não há nenhuma figura no Novo Testamento que tenha essa conotação, embora devamos respeitar aqueles que são chamados para exercer certas funções, ao mesmo tempo em que eles precisam respeitar as ovelhas e não tratá-las como se fossem sua propriedade. Pedro é bastante óbvio neste ponto.
3) Por outro lado, os dons mencionados em Efésios 4.11-16, ao invés denotarem a ideia de hierarquização ministerial, estão inseridos numa metáfora extremamente rica - o corpo humano - empregada por Paulo para ilustrar o papel que eles exercem. O raciocínio paulino é construído em cima disso. Por analogia, coração, pulmões, rins e outros órgãos vitais trabalham de forma equivalente, cumprindo funções específicas, sempre em benefício do corpo. Nenhum é maior ou melhor do que o outro. Todos são necessários e intercambiáveis e cumprem os seus papéis sobre o comando da cabeça.
4) É o que se dá com os dons. Eles não são títulos eclesiásticos, não cumprem a finalidade de trazer distinção, no sentido honorífico, como já mencionei, para quem os tem. Como os órgãos vitais do corpo humano, cumprem funções necessárias e equivalente para trazer crescimento ao Corpo de Cristo, constituído dos santos, e levá-lo à maturidade, segundo a "medida da estatura completa de Cristo". E quem exerce o comando? Cristo, a Cabeça.
5) Ou seja, os dons foram concedidos pelo Senhor, a Cabeça da Igreja, para trazer funcionalidade a ela. Reitero: não são títulos, não cumprem papel hierárquico. São equivalentes em propósito. Assim sendo, todos, não importa o papel que desempenhemos no Corpo de Cristo, somos apenas seus servos e estamos sob sua autoridade. Concluindo, pastores foram colocados à frente do rebanho, como ovelhas com sino, apenas para servi-lo e não para servir-se.
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