“...aquele que almeja o episcopado, excelente obra deseja” (1ª Timóteo 3.1)
Almejar o episcopado, como diz Paulo, em si já é um notável privilégio, pois não há na face da terra tarefa mais honrosa do que conduzir o rebanho de Deus pelo estreito caminho em direção à glória celestial. Logo em minha primeira semana de fé, de um modo estranho e misterioso eu já sentia isso e já nutria em meu coração o ardente desejo de servir a Deus nessa dimensão. Com o passar do tempo, compreendi como se dá esse processo, que elementos se agregam e que capacitações se desenvolvem até que verdadeiramente estejamos aptos para o Ministério. E é justamente por amar, honrar e respeitar tão digna missão, que a serviço da verdade, não posso me calar ante os ignorantes, os impostores, os oportunistas e os lobos (hoje tão comuns) que maculam e comprometem a credibilidade da função pastoral.
Como devem ser e agir os verdadeiros pastores?
Os pastores devem ser fiéis às responsabilidades familiares e ao estudo da Palavra de Deus. A Bíblia diz em 1ª Timóteo 3.2-7 “É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, mas moderado, inimigo de contendas, não ganancioso; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); não neófito, para que não se ensoberbeça e venha a cair na condenação do Diabo. Também é necessário que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em opróbrio, e no laço do Diabo.”
A mim particularmente não importa os diplomas, títulos ou formação que um homem possua. Nem mesmo se por sua iniciativa própria ou pela ação bajuladora dos que lhe rodeiam, viva este com a ostentação pública de que seja um pastor na casa de Deus. Para mim essa alcunha por dignidade pertence apenas àqueles que antes de tudo saibam amar, proteger e conduzir suas famílias, sendo um exemplo dentro de casa, antes de se posicionar como árbitro alheio dentro da igreja. O pastor segundo o padrão bíblico (o único que eu reconheço como legítimo) é um homem de testemunho, honesto, humilde. Não existem pastores ladrões e sim ladrões que se travestem de pastores.
Os pastores não devem ser orgulhosos. A Bíblia diz em 1 Coríntios 4.6 “Ora, irmãos, estas coisas eu as apliquei figuradamente a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, de modo que nenhum de vós se ensoberbeça a favor de um contra outro.”
O único orgulho cabível à alma de um pastor é aquele que o exclui de toda glória. Homens vaidosos, soberbos, arrogantes, que amam o aplauso público, que querem ser idolatrados como astros da fé, não são dignos do Ministério. São meros gurus de uma religiosidade pálida, que se auto intitulam profetas, apóstolos, mestres – mas que perecem e padecem na insignificância típica daqueles que já morreram espiritualmente soterrados pela jactância. Grande é o débito que os tais terão a acertar com Deus.
Os pastores devem ensinar o povo de Deus através da Palavra e do seu próprio exemplo de vida. A Bíblia diz em Atos 20:28 “Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue.”
O Espírito Santo os constituiu bispos para que apascentem o rebanho de Deus. Não para que sejam empresários da fé. Não para que sejam celebridades da mídia gospel. Não para que sejam promotores de eventos e shows. Não para que sejam políticos. Não para que sejam ídolos da falsa prosperidade. Pastores são chamados para ser pastores.
Como é o seu pastor?
Após a profunda reflexão que aqui fizemos, creio que você já tenha a resposta. Quanto a mim, peço a Deus apenas uma coisa: que mantenha sempre acesa essa chama nascida quando ainda era tão jovem – que eu seja pastor, o que já é muito mais do que eu possa merecer!
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