19/01/2013

O Discípulo e o Dízimo


 Texto Bíblico:
‘Trazei todos os dízimos à Casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha maior abastança ’ – (Malaquias 3.10)

INTRODUÇÃO

 Dizimar não é mera obrigação, mas um ato oriundo da fé nas promessas de Deus. O Dízimo é uma forma de você mostrar sua gratidão pelas bênçãos decorrentes da salvação. É tornar-se participante com Deus na obra de evangelização do mundo. É o privilégio de tirar 10% de toda a renda pessoal e investir nos negócios de Deus aqui na terra.
 I. O DÍZIMO NO ANTIGO TESTAMENTO
Dar ou pagar o dízimo, no Antigo Testamento, constituia-se em separar a décima parte do produto da terra e dos rebanhos para o sustento do santuário de Deus e dos sacerdotes.
a.O dízimo nos dias de Abraão: - A origem do ato de dizimar perde-se no tempo, sendo anterior a Moisés e Abraão. No entanto, a primeira referência bíblica ao fato relaciona-se aos dias deste patriarca. Em Gênesis 14.20 está escrito que Abraão pagou a Melquisedeque o dízimo de tudo, sendo que, neste caso, não foi do produto da terra nem dos rebanhos, e sim do despojo da guerra, costume também observado nos tempos antigos (leia Hebreus 7.2). Ora, quando o Novo Testamento reporta-se ao assunto, é porque algum ensino existe para os dias de hoje, como você terá a oportunidade de verificar mais adiante. Leia Levítico 27.30,32-34 e Deuteronômio 12.5,6.
a.O dízimo nos dias de Jacó: - Posteriormente, na progressão da história bíblica, você encontrará o patriarca Jacó seguindo o exemplo de seu avô Abraão, só que em outra circunstancia; a de ser grato a Deus, se este lhe guardasse durante a sua jornada (leia Gênesis 28.18-22). É certo que a gratidão pelas bênçãos a serem  alcançadas moveu o coração de Jacó, que, de forma espontânea reconheceu a soberania de Deus após a experiência em Betel.
a.O dízimo nos dias de Moisés: - Nos dias de Moisés, o dízimo passou a exercer importante papel na vida religiosa do povo israelita (leia Deuteronômio 26.1-15). Desta forma, não só a casa de Deus era suprida, como também mantida a tribo de Levi, responsável pelo sacerdócio. Quando o povo se encontrava fraco e afastado de Deus, o Dízimo era negligenciado. Pagar o Dízimo é portanto, um sinal de avivamento, entre outros, quando provém da fé e de um coração que reconhece o senhorio de Deus sobre todas as coisas. Por isso, Malaquias chegou a chamar de roubadores de Deus àqueles que não pagavam os seus dízimos (Malaquias 3.8-10), concitando-os a fazer prova do Todo-Poderoso, que jamais deixará de cumprir suas promessas àqueles que lhe são fiéis. 

 II. O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO
O Dízimo não ficou restrito aos tempos do Antigo Testamento. O escritor da Epístola aos Hebreus estabelece uma vinculação direta entre esta prática e o Novo Testamento, quando menciona o fato de Abraão ter pago o dízimo de tudo a Melquisedeque. Vale lembrar, inclusive, que o mesmo autor afirma ser Cristo sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Hebreus 5.10). Ora, isto quer dizer que, se a ordem é a mesma, os deveres e privilégios continuam também os mesmos, sem alteração, e isto inclui o dízimo. Pagar o dízimo, portanto, é dar seqüência, em Cristo, ao sacerdócio de Melquisedeque, que é 'sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre' (Hebreus 7.3).
a.Jesus e o Dízimo: - O próprio Cristo não passou ao largo do dízimo. Leia Mateus 23.23,24.
Você descobriu, entre outras coisas, que a pratica do dízimo entre os contemporâneos de Jesus tornou-se legalista e ostentatória de falsa espiritualidade. Os escribas e fariseus cumpriam esta determinação para serem vistos e honrados pelos homens, e não como fruto sincero de corações agradecidos. Era apenas aparência, nada mais. Todo o texto de Mateus 23 enfatiza este lado da arrogância, da falsa religiosidade, onde a hipocrisia se reveste de justiça para tornar-se a glória de corações iníquos e apodrecidos.
Alguns podem pensar, à primeira vista, que Jesus estivesse condenando o dízimo. Porém, uma leitura mais acurada do texto (verso 23) revela que Ele estava reprovando a motivação errada. Foi isto que deixou claro ao afirmar: ‘...pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé’. Ou seja, uma coisa não pode existir sem a outra. É tanto que acrescentou: ‘Deveis, porém, fazer estas coisas(viver o juízo, a misericórdia e a fé), e não omitir aquelas’ (dizimar a hortelã, o endro e o cominho). O que Jesus fez foi reforçar o conceito de que o dízimo, antes de ser mera obrigatoriedade, para aparentar justiça, é um ato de fé que produz obediência voluntária aos mandamentos da Palavra de Deus.
b.O Dízimo nas Epístolas: - Ainda que a Palavra dízimo não apareça nos ensinos do apóstolo Paulo, está implícita todas as vezes em que ele admoesta sobre a contribuição. Leia 1 Coríntios 16.2.
Duas coisas aparecem no texto: as contribuições eram feitas no primeiro dia da semana (domingo), proporcionalmente à prosperidade de cada um. O dízimo é exatamente isto. Quando se paga 10%, ele sempre será proporcional. Em outras palavras, quanto mais o crente prospera, mais contribui. O apóstolo também reitera o conceito de que a contribuição sistemática, além de proporcional, deve ser oriunda da motivação correta. Ele afirma: ‘Não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria’ (2 Coríntios 9.7).
 III. AS BÊNÇÃOS QUE ACOMPANHAM OS DÍZIMOS
a.Bênçãos para a Igreja: - Se todos os crentes pagassem o dízimo, não haveria necessidade de a Igreja local lançar mão de campanhas financeiras para a execução de sua tarefa. O que ocorre é exatamente o oposto. É pequeno o percentual dos que se dispõem a cumprir este mandamento, talvez por falta de ensino e de ter a visão correta do que significa dízimo.
Malaquias afirmou que o dízimo é para que haja ‘mantimento na casa do Senhor’. Aplicando-se ao contexto de hoje, é o meio que a Igreja tem aqui na terra para realizar a evangelização, enviar missionários, manter os seus obreiros, cuidar da assistência social, construir templos para abrigar o povo e suprir o dia-a-dia da administração. Poe exemplo: como a igreja poderá ser abençoada com o crescimento, se lhe faltam os recursos para adquirir folhetos, enviar obreiros, dar suporte aos programas de evangelismo e ajudar no cuidado aos carentes da igreja e da comunidade? O dízimo é para isto. Não tem outra finalidade.
b.Bênção para quem paga o Dízimo: - A promessa dada por Deus através de Malaquias impõe uma condição: primeiro trazer os dízimos, depois fazer prova do Senhor, que garante derramar bênção tal, trazendo maior abastança. Porém, é preciso que fique claro: isto não anula as aflições da vida, onde podem aparecer os momentos de sequidão. Agora, com certeza garante vitória aos que, com fidelidade em tudo, atravessam estas horas mais difíceis, pois a palavra de Deus jamais cai por terra. Fazer prova aqui não é chantagear o Senhor, mas saber que Ele é recíproco para conosco, se cumprirmos a nossa parte. ‘Se vós estiverdes em mim’, disse Ele, ‘e as minhas palavras estiverem em vós’.
Veja algumas coisas que acontecem quando, motivado pela visão correta, o crente dizima:
a) sente-se recompensado por ser parte ativa na obra de Deus;
b) Deus o socorre em tempos trabalhosos;
c) Torna-se exemplo para os demais crentes;
d) Deus lhe é recíproco em proporções bem maiores;
e) Os recursos são mais abundantes para os projetos da igreja; e
f) A obra de Deus é realizada com maior rapidez.
CONCLUSÃO
Você aprendeu que o ato de dizimar é uma doutrina fundamentada em toda a Bíblia, não sendo portanto, uma imposição humana. Viu também que é um ato de fé e de gratidão a Deus por todas a s bênçãos recebidas. A obra de Deus na terra depende de crentes fiéis que, como mordomos, não roubam ao Senhor mas, devolvem-lhe o que lhe é devido. Faça sua parte.

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